Em 33 anos, a expectativa de vida piorou entre jovens de 15 anos na Bahia

Em um comparativo com o ano de 1980, a situação piorou – dentre mil jovens de 15 anos, 25,8 não chegariam aos 25 anos

A expectativa de vida entre os jovens diminuiu na Bahia e a probabilidade dos adolescentes do sexo masculino com 15 anos não chegarem aos 25 anos é de 33,3 a cada grupo de mil.

Os dados foram divulgados na segunda-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Tábua Completa da Mortalidade 2013. Em um comparativo com o ano de 1980, a situação piorou – dentre mil jovens de 15 anos do sexo masculino, 25,8 não chegariam aos 25 anos, à época.

De acordo com o coordenador de disseminação de informações do IBGE na Bahia, Joilson Rodrigues de Souza, a violência é a circunstância principal em que essas mortes ocorrem.

Em 33 anos, a expectativa de vida piorou entre jovens de 15 anos na Bahia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“O aumento da mortalidade nessa faixa etária tem a ver com alguns fatores como o aumento da exposição à violência em decorrência da urbanização. As condições de vida nos centros urbanos geralmente são piores e expõem os jovens às drogas e a uma série de fatores que podem levar à morte nessa idade”, explicou.

Ainda segundo o coordenador, este dado não é exclusivo da Bahia. “Outros estados como Alagoas e Piauí também tiveram números semelhantes. Na década de 80, em Alagoas, 27,8 de cada mil jovens homens com 15 anos não chegariam aos 25 anos.

Em 2013, 41,8 jovens não chegariam a mesma idade. Já no Piauí, em 1980, 27,8 de um grupo de mil jovens com o mesmo perfil não chegariam aos 25 anos. Em 2013, o número aumentou, passando para 41,8”, destacou Joilson de Souza.

Viver mais

Na média, o brasileiro está vivendo mais tempo. Isso porque a expectativa de vida ao nascer no Brasil subiu para 74,9 anos em 2013, para ambos os sexos. Os números mostram ainda que, na Bahia, a expectativa é de quase dois anos a menos que a média nacional, 72,7 anos.

Levando em consideração a esperança de vida ao nascer por Unidades da Federação, a Bahia está na 16ª posição no país. Santa Catarina foi o estado que apresentou maior expectativa de vida, 78,1 anos, seguida do Distrito Federal (77,3) e São Paulo (77,2).

Já no Nordeste, a Bahia está em 3º lugar, atrás do Rio Grande do Norte, com expectativa média de 75 anos, e Ceará, 73,2 anos. Para o coordenador de disseminação de informações do IBGE, os números podem ser explicados pelo fato de que a Bahia é o estado da Federação que tem maior contingente de população vivendo em meio rural.

Em 33 anos, a expectativa de vida piorou entre jovens de 15 anos na Bahia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Em torno de 27% da população vive ainda em meio rural e, em grande medida, em um meio semiárido, onde o acesso a água e outras estruturas são mais difíceis. E, mesmo no meio urbano, temos muitos problemas de saneamento e acesso à saúde, além da violência que incide sobre os jovens”, analisou.

Ainda assim, os baianos estão vivendo mais. Em 1980, uma pessoa vivia 59,7 anos na Bahia. Em 2013, a expectativa evoluiu para 72,7. Isso representa um ganho médio de 13 anos de expectativa de vida.

Homens e Mulheres

Segundo o IBGE, a expectativa de vida ao nascer no Brasil subiu de 74,6 anos em 2012 para 74,9 no ano passado. Para a população masculina, o aumento foi de 3 meses e 29 dias, passando de 71,0 anos em 2012 para 71,3 anos em 2013.

Já para as mulheres, o ganho foi um pouco menor (3 meses e 14 dias), passando de 78,3 anos para 78,6 anos. Na Bahia, os números também são positivos.

Enquanto, em 1980, os homens tinham expectativa de vida de 57,3 anos e as mulheres 62,3, em 2013, os homens apresentaram esperança de vida de 68,4 e mulheres de 77,4.

Segundo o coordenador de informações do IBGE, um dado chama atenção. “Em 1980, a diferença de expectativa entre homens e mulheres era de cinco anos e em 2013 essa diferença foi ampliada para nove anos. Isso porque, de uma maneira geral, os homens têm uma sobremortalidade”.

Em estados como Santa Catarina, Espírito Santo, Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul, a expectativa de vida das mulheres ultrapassou a barreira dos 80 anos.

A Tábua da Mortalidade, que mostra a expectativa de vida para todas as idades até 80 anos, apresentou um aumento de 3 meses e 25 dias em relação a 2012. Na comparação com os últimos dez anos, a expectativa de vida do brasileiro aumentou mais de três anos. Em 2003, era de 71,3 anos.

Entre 2012 e 2013, foram analisados aumentos na expectativa de vida em todas as idades e redução da mortalidade feminina dentro do período fértil (15 a 49 anos).

Crianças

No Brasil, a taxa de mortalidade infantil (até 1 ano de idade), em 2013, foi de 15 para cada mil nascidos vivos. Na Bahia, a mortalidade caiu de 83,1, em 1980, para 19,9, em 2013, a cada mil crianças nascidas vivas.

Entre os fatores que contribuíram para a sobrevida infantil estão o aumento da cobertura vacinal, programas de saúde – atenção ao pré-natal e campanha de aleitamento materno, melhoria do saneamento básico e higiene pública e aumento da renda das famílias.

País poupa quatro vidas a cada mil adultos de 2012 para 2013

O país conseguiu poupar mais quatro vidas a cada mil brasileiros adultos na passagem de 2012 para 2013, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Houve declínio dos níveis de mortalidade na faixa etária de 15 a 59 anos, segundo os dados das Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil de 2013. Em 2012, a cada mil pessoas que atingiriam os 15 anos, cerca de 848 completariam os 60 anos.

Em 2013, de mil pessoas com 15 anos, 852 atingiriam os 60 anos, isto é, quatro pessoas a mais em cada mil. Já a expectativa de vida aos 60 anos aumentou para 21,8 anos em 2013. Ou seja, um brasileiro com 60 anos de idade viveria, em média, até os 81,8 anos, sendo 79,9 anos a média para os homens e 83,5 anos para mulheres.

Os homens têm maior mortalidade em relação às mulheres desde o nascimento. A probabilidade de um recém-nascido do sexo masculino não completar o primeiro ano de vida foi de 16,3 para cada mil nascidos vivos. Para o sexo feminino, esta proporção foi de 13,7 por mil, uma diferença de 2,6 óbitos.

Como consequência, a mortalidade infantil para os meninos é 1,2 vez maior do que para as meninas. Entre 1 e 2 anos de idade, este valor passa para 1,3, mantendo-se neste nível até os 9 anos.

A partir desta idade, a proporção cresce até atingir o valor máximo entre os 22 e 23 anos de idade: um homem de 22 anos tem 4,6 vezes mais chances de não atingir os 23 anos de idade do que uma mulher.

A partir dessa faixa etária, o risco de morte de homens começa a diminuir em relação ao das mulheres.

Em 2013, as mulheres continuaram com uma esperança de vida maior que a dos homens, mas foram eles que tiveram um aumento maior na expectativa de vida, um crescimento de 3 meses e 29 dias, passando de 71,0 anos em 2012 para 71,3 anos em 2013.

Para as mulheres, o ganho foi um pouco menor, 3 meses e 14 dias – de 78,3 anos para 78,6 anos. No total de ambos os sexos, a esperança de vida ao nascer foi de 74,9 anos (74 anos, 10 meses e 24 dias), um aumento de 3 meses e 25 dias.

 

 

 

Fonte: Lucy Brandão Barreto/Correio

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