Elisabeth II se confunde com o próprio Reino Unido e acumula números impressionantes. Com 70 anos e quase 4 meses de reinado, é a mais longeva monarca da história britânica, superando a tataravó, rainha Victoria, com 63 anos, 7 meses e dois dias.
Elisabeth II é a rainha de quatro países independentes: Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Estou assistindo a série da Netflix “The Crown” sobre a família real britânica que retrata a história da monarquia inglesa. Ela ascendeu ao trono com 25 anos e precisou ser protegida, como uma delicada peça de porcelana. É difícil pensar e falar sobre ela pois sempre protegida pela aura da coroa, em um mundo que sempre encontra as cabeças inclinadas. Uma vida solitária, mas intensa, longe dos seus súditos.
Não tem que resolver os problemas práticos do dia a dia, solucionar encrencas, acredito que não saiba cozinhar com tantos empregados no palácio, nunca trabalhou como uma formiga, como seus súbitos. Há muita solidão nesta comemoração de setenta anos de reinado.
A gente vem ao mundo como quem ganha na loteria. Fulaninho de tal, parabéns, é a sua vez de nascer, você recebe um corpo, arranjam lugar em um útero e por fim é parido por alguém que em geral se costuma chamar de mãe. Mas quando penso na rainha Elisabeth não sei se foi sorte ou azar seguir este caminho pois perdeu muito da sua liberdade individual, com os sacrifícios diários que a coroa impõe.