Encontro ocorreu na noite desta terça (29), na sede da ALB, em Salvador.
Pela primeira vez, os candidatos estiveram juntos após início da campanha
Pela primeira vez desde o início oficial da campanha eleitoral, os seis candidatos ao governo da Bahia se sentaram lado a lado, na noite desta terça-feira (29), para apresentar propostas relacionadas a políticas culturais. O encontro caracterizado pela proposição de ideias sobre o tema foi promovido pela Academia de Letras da Bahia (ALB). A sabatina ocorreu na sede da entidade, no bairro de Nazaré, em Salvador, mediado pelo poeta e acadêmico Luís Antonio Cajazeira Ramos e transmitido ao vivo pela TV Educativa da Bahia (TVE).
As discussões foram centralizadas em dois campos temáticos: “Estrutura e Funcionamento da Cultura” e “Patrimônio, Memória e Contemporaneidade”. Os candidatos tiveram sete minutos para cada um dos temas. Ao fim, mais um minuto e meio para as considerações finais. As apresentações foram iniciadas por volta das 19h30 e concluídas por volta das 22h.
A candidata Lídice da Mata criticou o atual orçamento destinado à cultura no Estado, que relata ser de 0,6%, e prometeu, caso eleita, reajuste do índice para 1,5%. A postulante do Partido Socialista Brasileiro (PSB) defendeu o retorno de gestão do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb) para a Secretaria Estadual de Cultura e chamou de “ridículo” os investimentos destinados a museus e bibliotecas na Bahia.
Representante do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o candidato Marcos Mendes destacou que “o processo cultural está elitizado” e defendeu que 2% do orçamento do estado seja revertido para a cultura. O candidato destacou atenção especial para os artistas de rua, defendendo que todos tenham garantias trabalhistas viabilizadas pelo Estado.
O candidato Paulo Souto, do Democratas (DEM), defendeu a importância do financiamento público aos processos culturais e também o retorno de gestão do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb) à Secretaria da Cultura. O democrata apontou a necessidade de uma nova forma de inserção de museus na política de cultura estadual e, ao avaliar a área do Centro Histórico de Salvador, versou sobre as pretensões de investimentos em segurança e recuperação dos estacionamentos.
A candidata do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), Renata Mallet, usou o tempo de exposição para afirmar que os interesses dos “ricos” têm sido privilegiados nas políticas de cultura do estado. Para ela, a lógica cultural não deve estar atrelada à do turismo e do comércio. A candidata também defende a destinação de 1,5% do orçamento estadual para a cultura. Em sua exposição, aproveitou para afirmar que, caso eleita, pretende criar um fundo de cultura com tributação de empresas, a exemplo das que atuam nos ramos de celulose e do turismo.
O concorrente do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Rogério Tadeu da Luz, usou o tempo de apresentação para afirmar que o Estado enfrenta um problema de gestão e destacou a sua formação administrativa como solução para os entraves. Da Luz defendeu a transformação do Palácio de Ondina, moradia do governador, em um museu como medida de fortalecimento cultural. Ele disse que é favor da junção das pastas da Educação e da Cultura.
Rui Costa, postulante pelo Partido dos Trabalhadores (PT), defendeu a transversalidade das ações da área da cultura, inserindo a temática em todos os programas do governo, citando a educação como exemplo. Ele afirmou também que vai criar circuitos culturais, possibilitando que diferentes manifestações artísticas circulem por regiões do estado, e apontou a cultura como setor de geração de emprego. O petista disse ainda que vai discutir a transferência do Iderb da Secretaria de Comunicação para a de Cultura e evitou indicar aumento no investimento para a pasta, mas apontou que pode ser superior a 1,5%.
Fonte: Henrique Mendes /G1