Eduardo Cunha diz que tem aneurisma cerebral e pede para deixar prisão

 

Foto: ABr

O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) leu uma carta nesta terça-feira (7), logo após ser ouvido em audiência com o juiz federal Sérgio Moro, afirmando que tem um aneurisma cerebral semelhante ao da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que faleceu na sexta-feira passada (3), e que o Complexo Penal de Pinhais, onde ele está preso, não oferece condições para o tratamento de saúde.

O depoimento de Cunha, que está preso preventivamente em Curitiba desde o dia 19 de outubro do ano passado, durou aproximadamente três horas e meia.

Réu na Lava Jato, o ex-presidente da Câmara é acusado de receber propina no valor de R$ 5 milhões em contrato para a compra de um campo de petróleo pela Petrobras em Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.

Mais cedo, antes do depoimento, o advogado de Cunha, Marlus Arns de Oliveira, disse que apesar de ter o direito de ficar calado, o deputado cassado falaria. “É um interrogatório em que ele não deve permanecer em silêncio. Ele vai responder às questões que serão formuladas. Temos trabalhado cotidianamente o preparo das resposta às acusações que lhe foram imputadas”.

O defensor afirmou também que não há, por enquanto, previsão de delação premiada. “Não há nenhuma sinalização relativa à colaboração premiada. Não se tratou dessa questão entre cliente e advogados, tampouco se tratou dessa questão com o Ministério Público. Então, não há tratativa referente à colaboração premiada de Eduardo Cunha”.

De acordo com o Ministério Público Federal, a prisão preventiva se justifica porque há evidências de que Cunha tem contas no exterior que ainda não foram identificadas, o que poderia colocar em risco as investigações. Os procuradores também alegam que ele tem dupla nacionalidade – brasileira e italiana – e poderia fugir do país.

Cunha ficou na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, mas em dezembro foi transferido para o Complexo Médico Penal, na região metropolitana da capital paranaense.

O processo contra ele foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal, mas após a cassação do mandato, ele perdeu o foro privilegiado e a ação foi encaminhada a Sérgio Moro.

Após a prisão, a defesa de Cunha negou que ele tenha praticado qualquer conduta ilegal.

 

Fonte: Jornal do Brasil

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