É preciso amar para ver o próximo!

“Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo?” (Lucas 10.29)

Estamos refletindo sobre o encontro de Jesus com um perito da Lei que lhe pergunta o que deveria fazer para herdar a vida eterna. Jesus, como um rabino que era, responde perguntado: “O que está escrito na Lei?”. E ainda: “Como você a lê?”. O homem deu como resposta o mandamento de amar a Deus e ao próximo. Jesus disse que ele havia respondido corretamente e que deveria então praticar o amor ordenado. Lucas registra que ele, “querendo justificar-se”, indagou a Jesus sobre quem seria o próximo a quem deveria amar. Ele sabia a resposta certa, mas de alguma forma estava vivendo distante dela. Amar é sempre um desafio. Amar parece simplista demais, liberal demais. A vida precisa de mais coisas que simplesmente amor ou simplesmente mais amor. Amar é algo que fazemos com critério! O próximo não pode ser qualquer um! Não faz sentido. E nem podemos amar sem exigências. Não faz sentido! É como tantas vezes pensamos e, parece, é como o perito da lei pensava.

Não entendemos muito de amor. Nossas emoções nos complicam e amar para nós é em grande parte definido pelo que sentimos a respeito de outros. E fato que o amor envolve o que sentimos, mas o amor vai além. Amar é tratar como quem ama. Amar é tratar o outro da maneira própria como trata aquele que ama – que sente amor! O amor se manifesta de várias formas. Às vezes ele se manifesta fortalecido por emoções favoráveis e agradáveis. O sentimento de querer bem e a alegria do convívio evidenciam que há amor. Mas às vezes amar é escolher, respeitar, dar a outro o direito de ser, de estar, numa uma atitude que revela generosidade, respeito e bondade. Amar é compadecer-se, reconhecer a dor e necessidade do outro. Amar é perdoar, é lutar pelo que é justo para o outro. Amar é jamais encontrar justificativas para não amar.

Amar é uma forma de viver. Quanto mais nos exercitamos em amar, mais compreendemos e percebemos formas de amar. Quanto mais amamos, mais pensamentos, atitudes e posturas amorosas vão tomando lugar em nosso comportamento. Mas somos viciados em regras, critérios e achamos que elas precisam  estar na frente, orientando o amor, quando é, na verdade, justamente o contrário. É o amor orientado a regra, o critério. Deus é amor e relacionar-se com Deus sempre nos levará ao próximo, ao desafio de amar.  A santidade cristã tem a ver com o amor e não com as regras. Como Jesus explicou, somos assassinos sem jamais ter matado pessoa alguma, quando agimos com desprezo e desamor. Pela regra, nos saímos bem. Pelo amor, podemos ser culpados. Porque é o amor ou a falta dele que define tudo! Quem é o meu e o seu próximo? Amar é não ter dúvida, é sempre ver e reconhecer o próximo no outro.

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