“No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.”
(João 4.23-24)
Domingo é o dia da igreja. Ensinaram-me que era o dia do Senhor. Mas os Evangelhos me ensinam que do Senhor são todos os dias. Segundas ou sextas, feriados ou dias comuns, todos os dias são do Senhor. Afinal, somos cristãos e já aprendemos que, na relação com Deus, não se trata de um lugar ou de um dia, mas de nosso coração entregue e nossa fé firmada em seu amor e graça interferindo em nossos dias. Todos os dias são e devem ser dias em que adoramos, servimos, aprendemos, oramos e nos arrependemos.
Domingo é o dia da igreja e isso é importante. É o dia para nos reunirmos, cantarmos juntos, nos animarmos na fé. É o dia para sermos servidos pelos dons daqueles que cantam e nos conduzem em adoração pela música, executando liturgias que nos inspiram na comunhão e na adoração. É o dia de ouvirmos ensinos sobre as Escrituras, realizados por aqueles em quem confiamos como homens e mulheres que receberam de Deus o dom de pregar, ensinar, apontar caminhos para nossa espiritualidade.
Aprendi que no dia do Senhor eu não deveria jogar futebol ou ir à praia. Não deveria me dedicar a nenhuma atividade, senão àquelas promovidas pela minha igreja. Mas depois compreendi que não era bem assim. No dia do Senhor, que é todo dia, posso jogar futebol, ir à praia, ir ao cinema. O que não posso é deixar de amar, perdoar, servir e cuidar para agir de forma coerente com o Evangelho. O que não posso é me descuidar de minha natureza humana, que facilmente se inclina para o que é contrário à vontade de Deus.
No domingo, o dia da igreja, devo privilegiar minhas atividades religiosas, me dedicar o quanto puder à vida comunitária de fé. E estar com a igreja é importante para minha segurança espiritual e para meu crescimento como discípulo de Jesus. A vida dos meus irmãos e de minhas irmãs importam para a minha e a minha vida importa para a vida deles. Eles sem eu e eu sem eles, seria perda para todos.
Paulo compreendeu e ensinou que o Espírito Santo deve nos conduzir na relação com essa comunidade que chamamos igreja e a quem dedicamos um dia da semana. Ela possibilita estarmos unidos para o bem de todos, um servindo ao outro. É importante encontrar uma igreja que corresponda de alguma forma às nossas perspectivas e predileções litúrgicas, mas é fundamental que eu ouça o Espírito. A igreja é um lugar em que recebo, mas que também devo dar. A igreja pode ser um espaço privilegiado para que eu mude. E, se não for esse lugar que inspire mudança, algo estará errado!
O domingo é o dia da igreja. O dia para aprendermos melhor a ser igreja. O dia para abrirmos as portas do templo, quando possível, e as portas do coração, sempre, para que outros conheçam a graça de Jesus. Para que outros encontrem um lugar de apoio e cuidado, em que sejam envolvidos pelo abraço de Deus.
O domingo é o dia da igreja. Sempre que o vivo com a igreja, com a comunidade de fé, lembro-me e compreendo um pouco mais que, todo dia, é dia do Senhor. E sinto-me mais pronto para viver minha fé. Renovo minha esperança na vida, perco o medo da morte e creio na eternidade. Hoje, domingo, que Deus nos abençoe. Que esse dia seja sagrado para nós que temos uma igreja para dela fazer parte! E que aprendamos, domingo a domingo, a ser igreja que torna todo dia, dia do Senhor.