Doença da Pressa

Doença da Pressa

Ter pressa virou sinal de status. Quem vive correndo dá a impressão de ser uma pessoa importante, requisitada, cheia de compromissos. Quanto menos tempo se tem, mais prestígio.

Esperar o elevador chegar é algo que fazemos sem pressa durante quinze segundos. Depois, vamos perdendo a paciência. Com quarenta segundos, em média, já estamos nervosos e agitados, um estado de espírito que mantemos dentro do elevador, quando a porta “demora” a fechar. A “demora” costuma ser de quatro segundos. Incapazes de esperar, apertamos o botão de fechar a porta. Às vezes, ocorre que alguém se aproxima correndo para ver se alcança o elevador. O que fazer? Apertar o botão que mantém a porta aberta, para dar chance ao retardatário, ou fingir que não o vemos e pressionar o outro botão? Desnecessário dizer qual é a escolha mais frequente.

Nem os ciclos naturais da vida escapam. Duzentos anos atrás, um porco levava, em média, cinco anos para atingir 65 quilos. Hoje, com seis meses, já pode pesar 110 quilos, e é abatido antes de perder os dentes de leite. O dado está no livro do canadense Carl Honoré e mostra que a máxima “tempo é dinheiro” se aplica; a pressa é particularmente valorizada.

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