“Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.” (Gálatas 5.16-17)
Paulo escreve muitas vezes sobre o conflito entre a vontade humana e a vontade divina. A vida segundo a vontade de Deus produz liberdade, uma liberdade que gera liberdade. Viver segundo a vontade de Deus é viver desfrutando Seu amor e motivados por esse amor que dele recebemos. Um amor do melhor tipo e não apenas uma expressão de nossas emoções. Um amor que nos ajuda a ser maduros, saudáveis e sábios. O conflito de que Paulo fala é resultado justamente de nossa fraqueza em amar, a Deus e ao próximo. É o conflito entre viver de forma egoísta e viver de forma altruísta, inspirados no Altíssimo, em Deus.
Algumas pessoas entendem e ensinam que este conflito é uma cisão, uma divisão, que habita o cristão: uma parte de nós quer o que agrada a Deus e a outra, não. Mas a verdade é que nosso desejo oposto a Deus não é a voz de uma parte de nós. É a nossa voz, somos nós, integralmente. O que pode haver é um conflito entre o que sabemos ser certo e o que desejamos fazer. Mas isso não é um privilégio de cristãos. Todo ser humano tem esse conflito. Na vida do cristão o que há é uma ampliação da vida: antes contava apenas comigo, mas agora tenho a presença de Deus e Seu Espírito que fala comigo e me ajuda a perceber meus desvios.
Viver pelo Espírito é viver essa nova dimensão de vida. É existir tendo consciência da presença de Deus e nutrindo relacionamento diário com Ele. É adotar os valores e princípios dessa nova vida no dia a dia, e não apenas saber o que a Bíblia diz. Quando agirmos assim vamos sendo libertos das ilusões e mentiras de uma vida autocentrada, egoísta. A grande inspiração desse novo jeito de viver é o amor de Deus e a grande motivação para nos esforçar e viver de uma forma nova, deve também ser o amor. Não tem nada a ver com sermos divididos, mas em sermos submissos. O segredo não é nos concentrar na diferença entre nós e Deus, mas em Seu amor por nós. E Seu amor não nos divide, ao contrário, nos integra!