“Em verdes pastagens me faz repousar e me conduz a águas tranqüilas;” (Salmos 23.2)
Há pessoas que tem medo de Deus. Há pessoas que desconfiam que a vontade de Deus será sempre antagônica à vontade delas. Pensam que tudo que elas por ventura gostem, certamente deve ser errado aos olhos de Deus. Bem, como pecadores, é natural que não sejamos apoiados por Deus em todos os nossos desejos e sonhos. Podemos ter aspirações de vida que Ele não esteja disposto a abençoar, para que se realizem. Mas isso é diferente de ser habitado por uma desconfiança de completo antagonismo entre a minha vida, os meus desejos e sonhos, e Deus. Deixe-me insistir: há pessoas que pensam que, se alguma coisa as alegra e diverte, Deus deve ser contra. Digo isso porque conheço casos. Pessoas que cresceram ouvindo tanta desaprovação em nome de Deus, que passaram a acreditar que Deus seja contra tudo que elas possam propor, que possa vir delas, sentindo-se culpadas por expressões e prazeres naturais e legítimos de suas vidas.
Conheci uma pessoa que sempre ficava deprimida nos feriados e finais de semana. Uma depressão cíclica e intimamente relacionada à sua fé. Ela queria agradar a Deus e internalizou que agradá-lo significava sempre estar ocupada, fazendo algo louvável aos olhos dos outros ou em cumprimento às exigências que lhe ensinaram como sendo divinas. Foram necessárias muitas conversas e orações para que ela entendesse que podia descansar. E aprendesse a descansar. Para que pudesse ficar em paz com Deus em meio a uma tarde de laser. Perspectivas erradas sobre Deus tornam-se prisões poderosas que nos infantilizam e empobrecem nossa espiritualidade. Perspectivas corretas sobre Deus produzem uma liberdade maravilhosa, que contribui com nossa maturidade espiritual e de caráter. Davi, no verso dois de seu salmo, nos ajuda a perceber que Deus tem prazeres para nós. Que há delícias em sua presença. Que as belas cores, sons, sensações e sabores presentes neste mundo são dádivas dele para nossa vida. E que santidade não se resume a privação, mas inclui celebração.
O Pastor que concedia a Davi pastos verdejantes para que pudesse repousar e o levava a águas tranquilas, e por isso limpas e frescas, faz o mesmo por nós. No Salmo 16, verso 11, Davi declara: “Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita.” Davi aprendeu a esperar coisas muito boas de Deus e a encontrar santidade na alegria e no prazer. Como tem sido para você? O pecado oferece muitos prazeres como forma de tentação. Mas o prazer e a alegria não pertencem ao mal, mas a Deus. Alegrar-se! Desfrutar prazeres e sabores não é antagônico à santidade e comunhão com Deus. Nossa alma precisa de jejuns, mas também precisa de saborosas refeições. E podemos dividir todos esses momentos com Deus. Mais que isso, podemos ser levados por Ele a momentos assim, para com Ele celebrarmos a vida. Aproveite! Aprofunde sua espiritualidade numa jornada leve e feliz com seu Pastor, o Divino Pastor. Com Ele, nada lhe faltará!