Mas ainda que a vida acabe, temos a liberdade de ir à cova rezando ou amaldiçoando a Deus. A liberdade é um espaço interior, inclusive na proteção do coronavírus. Importante é compreender que certos fatos só podem acontecer devido as escolhas. Usar ou não a máscara, aglomerar ou não aglomerar. Usar ou não álcool em gel, vacinar ou não vacinar.
Pode levar para a saúde ou a doença e morte. Estamos vivendo uma tragédia a cada dia. Sinto que afundamos nas areias movediças das escolhas erradas. Essa é a cor do momento. Esta extensa bagunça de opções contrarias a vida acabará? A vida é
movimento e não para, só com a morte, mas existem os amnésicos que perdem a capacidade de se lembrar do perigo e são incapazes de imaginar o futuro numa UTI, e muitos não tem noção dos sofrimentos e das mortes.
Não ser seu passado, nem ter um membro da família morto pela covid, parece afetar a capacidade de compreender o perigo e o que é a dor do outro, é um transe coletivo. Mas, aí estão os mortos e doentes, mas neste transe, não é real tudo, é irreal e nada é o que se imagina. A mente paira sobre pensamento desconexos da realidade concreta. Estas variáveis do pensamento são grandes demais, mas a vida é uma só, o mundo físico também. Acredito que nada pode ser ao mesmo tempo perigoso e seguro. Palavras frágeis não salvam vidas, o tecido esticado do viver existe para quem tem bom senso.
*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe no site www.osollo.com.br.