A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (18), na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
O número é o menor para o período desde 2016, e fica 0,9 ponto percentual abaixo da taxa registrada no trimestre anterior, encerrado em outubro.
O mercado esperava que a taxa ficasse em 11,4%.
Apesar do recuo, a renda média do trabalhador registrou queda de 1,1% ante o trimestre anterior e de quase 10% na comparação anual.
Há 12 milhões de pessoas procurando emprego no mercado de trabalho brasileiro. Esse montante é 6,6% menor que o registrado no trimestre até outubro, o que representa 858 mil pessoas a menos sem colocação.
Em relação ao mesmo período do ano anterior, a queda é de 18,3%, representando 2,7 milhões de pessoas a menos em busca de trabalho.
O grupo de ocupados, por sua vez, teve alta de 1,6% de um trimestre para o outro, para 95,4 milhões de pessoas.
O IBGE destaca o setor de comércio como o principal destaque positivo para a queda do desemprego.
“A expansão do comércio indica a manutenção da tendência de crescimento dessa atividade, principalmente, a partir do 2º semestre de 2021. No trimestre atual, a população ocupada no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (18,4 milhões de pessoas) já supera a registrada no período pré-pandemia (trimestre móvel de dez-jan-fev de 2020) ”, diz a coordenadora de trabalho e rendimento do instituto, Adriana Beringuy.
Serviços também tiveram avanço no trimestre, com exceção dos segmentos de transporte, correio e armazenagem e do setor dos serviços domésticos, destaca o estudo.
Analistas de mercado esperam que a taxa volte a subir nos próximos meses. “A má notícia é que a taxa de desemprego deve voltar a subir no segundo semestre, puxada pelo fraco desempenho da economia”, diz Claudia Moreno, economista do C6 Bank.
Pelas projeções do banco, a taxa de desemprego dessazonalizada terminará o ano em 11,8%.
Informalidade e renda caem
A informalidade caiu em relação ao trimestre anterior; a renda média, também.
No trimestre até janeiro, a informalidade chegou a 38,5 milhões de trabalhadores, o que representa 40,4% da população ocupada. A taxa é menor que a do trimestre anterior (40,7%) e maior que o mesmo período do ano passado (39,2%).
Já o rendimento real habitual recuou 1,1% em relação ao último trimestre e 9,7% na comparação anual, para R$ 2.489 de média. Nenhuma categoria apresentou alta no rendimento, diz o IBGE, com destaque para indústria, com queda de 4,1% (ou menos R$ 102), mesmo com alta na ocupação com empregos com carteira.
“Embora haja expansão da ocupação e mais pessoas trabalhando, isso não está se revertendo em crescimento do rendimento dos trabalhadores em geral”, diz a especialista. Também houve diminuição no setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: queda de 2,1%, ou menos R$ 76.
Carteira assinada cresce
A pesquisa também mostra um aumento de 2% no número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exceto trabalhadores domésticos), o que representa mais 681 mil pessoas no grupo, que vai para 34,6 milhões de pessoas.
“O resultado neste índice é relevante e demonstra a repetição do movimento de expansão verificado no segundo semestre do ano passado”, diz Adriana. Os setores mais beneficiados nesse sentido foram comércio e indústria.
Na comparação com 2021, o crescimento é de 9,3% (ou mais 2,9 milhões de ocupados com carteira).
O número de pessoas sem carteira assinada no setor privado também subiu de novembro a janeiro, totalizando 12,4 milhões de pessoas, aumento de 3,6% (427 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a alta é de 19,8% ou mais 2 milhões de pessoas.
Fonte: CNN