O número representa uma mudança de tendência. Entre 2004 e 2014, o país criou empregos para os mais escolarizados
A rápida deterioração do mercado de trabalho já atinge os trabalhadores mais qualificados. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que em 2015 foram fechados 115 mil postos com carteira assinada para trabalhadores com ensino superior incompleto ou concluído. O levantamento foi publicado ontem pelo jornal O Estado de São Paulo.
O número representa uma mudança de tendência. Entre 2004 e 2014, o país criou empregos para os mais escolarizados. No auge, em 2010, quando o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 7,6%, houve abertura de 306 mil empregos com carteira assinada para trabalhadores com ensino superior completo ou incompleto.
A demanda das empresas foi tão grande que tivemos um apagão de mão de obra qualificada no país. O cenário começou a mudar com a Operação Lava Jato e com a crise econômica. Segundo o jornal, na esteira da retração do PIB, o mercado de trabalho piorou num curto espaço de tempo, diz o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Saboia.
“Normalmente, os empregados com mais qualificação são os últimos a perder o emprego porque as empresas seguram ao máximo esses profissionais, temendo dificuldade para recontratá-los no futuro”, falou. Ele afirma que historicamente o mercado de trabalho é o último a reagir numa retomada da economia.
Correio