Democracia e razão gerando desenvolvimento

“A razão vos é dada para discernir o bem do mal”, Dante Alighieri (1265-1321)

 

O Brasil mais recente, com o fim dos governos militares, e a partir da eleição de Tancredo Neves, tem assistido em anos consecutivos um processo democrático assentado na Constituição de 1988, com os descaminhos de alguns que deslustram seus currícula (ou serão folhas corridas?) e apequenam os mandatos conferidos pelo povo brasileiro, trazendo como consequências o repúdio e a descrença de imensa parte da sociedade por seus descaminhos, praticamente em todos os níveis da administração pública nacional.

Seria a deformação de caráter de alguns que induzem à prática corruptiva, ou a frouxidão das leis existentes aliadas, ainda mais, à perspectiva de visível impunidade como molas propulsoras de comportamentos que não se sujeitam às normas e se locupletam do erário público, em causa própria?

Sem dúvidas, disciplinas como moral e cívica – que certamente eles não cultivaram ou respeitam – têm lugar indispensáveis em quaisquer programas de ensino para a formação cidadã, mesmo que em perspectivas transversais, porque agregam ao conhecimento formal instrumentos válidos como pressupostos de elevação cultural e espiritual, boas práticas de vida social e de apreço ao patrimônio público ou de terceiros.

O viver em sociedade, à luz do processo democrático, não convive com a indisciplina, preconceitos, nem tampouco com atentados às regras gerais mínimas de respeito à lei e à ordem e, mais que isso, requer uma percepção de valores fundamentados em princípios de ordem moral para serem adotados e cumpridos, o que representa a conduta cívica de cada um e que se deseja ver reproduzida em todos para a harmonia e o bem geral.

E a razão se utiliza, igualmente, de pressupostos/princípios universalmente aceitos para o discernimento apropriado, citados e acatados racionalmente como verdadeiros o que permite se afirmar ou refutar proposições sob análise. No entanto, cabe perguntar: e o que se pode aguardar de milhões de brasileiros, sem o desejável senso crítico, analfabetos e dependentes do clientelismo/fisiologismo institucionalizado? No mínimo, são presas fáceis!

Acreditar na democracia e por ela lutar é dever de cada cidadão; nortear-se por princípios, moralmente aceitos, é prática cujo cultivo deve ser estendido a todos num plano que contemple, racionalmente, a igualdade e a harmonia social que todos anseiam para um Brasil melhor.

Assim, inspirados e conscientes, sob a ótica do bem, que se exercite livremente a vontade da sociedade brasileira na perspectiva do desenvolvimento nacional integrado nestes novos tempos. Para tanto, superem-se os preconceitos, as demandas históricas já conhecidas e se ofereçam a todos educação com qualidade, vida digna pelo trabalho como forma concreta de se unir, num todo, este gigante de 200 milhões de habitantes com suas diversidades regio-sócioculturais tão dispares quanto, sabidamente, injustas.


 

 

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