O que você vê em certas datas de sua vida? A dor, a tristeza é tudo o que sobra no fim, quando as pessoas se machucam. Quando a mulher ouvia que o marido havia morrido, por trás de uma porta de hospital que deixava escapar um único feixe de luz forte, como se “diamantes” estivessem sendo incinerados ali dentro.
Reparando bem, se existe uma coisa realmente malfeita na vida, esta coisa é o convencionalismo das datas. Porque o Natal de todo mundo tem que ser em dezembro, na noite de 24 para 25? Quem garante que existe a mesma felicidade em todas as famílias na hora de armar a árvore de Natal, com luzes e bolas coloridas? E se o marido ou esposa morreu dia 23? Então, quem está bem faz a festa tamanho grande, canta “Noite feliz” absolutamente certo de que está feliz. Cada um devia fazer seu Natal no dia que pudesse. Não me dou com as datas e adoro quando elas passam e eu fico. Não existe alegria coletiva em dia marcado. Natal feliz, por exemplo, é invenção de americano e americano não sofre. Mas, nós? Só quem tem direito a ter Natal, no Brasil, é o Rio Grande do Norte.