Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (21), a taxa de analfabetismo na Bahia está acima da média nacional de 2016.
Segundo o órgão de pesquisa, no ano passado, a taxa de escolarização na Bahia, que é a proporção de estudantes em relação ao total de pessoas, era de 30,1%, pouco acima da taxa nacional, que era de 27,5%. Entre os homens baianos, essa taxa era um pouco maior (30,8%), enquanto que entre as mulheres, esse número era menor do que o total e do que o dos baianos (29,4%). Na variável por cor ou raça, a taxa de escolarização era maior entre pretos e pardos (30,4%), pouco acima dos 29,0% registrados entre os brancos. Isso explica-se ao fato de que pretos e pardos representam mais de 82,0% da população baiana.
As parciais do IBGE de 2016 apontam que a taxa de analfabetismo na Bahia é maior entre mulheres com 60 anos ou mais (39,5%). Analisando a variável cor e raça, a taxa de analfabetismo entre pretos e pardos com mais de 60 anos salta para 41,1%, salientando-se, mais uma vez, a proporção de pretos e pardos na população baiana (82%).
Em todo o estado, a taxa de analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais era de 13,0% em 2016, quase o dobro da média nacional (7,2%).
Um dado alarmante é que mais de 1,5 milhão (1.538.000) baianos com 15 anos ou mais não sabem ler ou escrever.
Os dados revelam, ainda, a triste realidade: número de anos de estudos na Bahia é maior entre brancos de 18 a 39 anos, os quais estudam em média 10 anos. Esse é o mesmo tempo de estudo entre mulheres baianas de 18 a 29 anos. Já o menor período de estudos (3 anos) foi identificado entre pessoas pretas e pardas com 60 anos ou mais de idade.
Em todo o estado, pessoas de 25 anos ou mais estudam em média 7 anos, um ano a menos do que a média nacional (8 anos). Já entre os homens baianos essa média cai para 6 anos.
O retrato de um país de desigualdade racial é pintado, também, pelo fato de que a frequência escolar líquida na Bahia era maior entre crianças brancas, de 6 a 14 anos.
A taxa ajustada de frequência escolar líquida ajuda a monitorar o acesso, o atraso e a evasão do sistema de ensino. Ela representa a população que frequenta o grau adequada à sua faixa etária. Na Bahia, a maior taxa de frequência escolar (96,6%) estava entre crianças brancas, com idade de 6 a 14 anos, faixa etária ideal do Ensino Fundamental. Enquanto a menor taxa de frequência escolar no estado (12,2%) estava entre homens, de 18 a 24 anos, faixa etária ideal do Ensino Superior.
Para o grupo etário de 15 a 17 anos, o ideal seria estar frequentando o ensino médio, porém,apenas 53,4% estava na idade/série adequada na Bahia. Entre as mulheres dessa faixa etária, a taxa ajustada de frequência escolar líquida ao ensino médio (62,2%) foi maior do que a observada entre os homens (44,7%). Isso significa que 46,6% dos jovens baianos de 15 a 17 anos estavam atrasados em relação à etapa de ensino que deveriam estar frequentando, seja por reprovação, seja por evasão.