Da Tempestade à Bonança

Hamilton Farias de Lima, professor universitário.

“O futuro está oculto atrás dos homens que o fazem”, Anatole France, (1844-1924). 

Mares bravios, tormentas, abalos sísmicos e céus trovejantes, são, em síntese, manifestações aparentemente violentas da natureza que o homem assiste e sua consciência prejulga como fenômenos telúricos incontroláveis sucedidos por desejável calmaria. Os exemplos são muitos e variados: terremotos, tsunamis, tufões e semelhantes que promovem destruição em todas as partes do globo terrestre. Por outro lado, não são menos complexas – e por vezes destrutivas -, as ações do homem nos seus caminhos, desafios e obstáculos, em vivências e travessias, num plano de melhores tempos e destinos de grandeza, e o pior, nem sempre à luz das regras sociais!

É forçoso o registro da (in)consciência, já no plano dito político-social, de ponderáveis segmentos humanos relacionados ao poder e à administração do bem público, por vezes de funestas resultantes, pela iniquidade de alguns, que em nada ficam a dever às forças destrutivas e bravias da natureza, porém estas, ressalte-se, obedientes às leis que lhes são próprias e naturais!

Já o homem, dito sapiens, é visto a desfrutar de interpretações elaboradas em causa própria, fundamentadas em “impróprias leis”, resultando em descaminhos e amoralidade que ele imprime através de suas ações, atos e costumes, a promover o caos social. Ou não é isto que se ouve e se vê no Brasil da atualidade?

As forças da natureza, de motu próprio, à custa de leis físicas promovem as mudanças e ajustamentos do globo terrestre, a qualquer tempo, assim entendendo e explicitando os especialistas que se dedicam à sismologia e suas consequências.

Todavia, no plano dos simples mortais, o caminho para a superação das tempestades em busca das bonanças aponta para a Educação – por excelência a mais indicada vertente das mudanças na sociedade-, ao lançar mão dos conteúdos julgados indispensáveis para o desenvolvimento de competências e habilidades, na ótica das transformações do homem.

Em quaisquer dos programas elaborados visando um currículo escolar, ela sempre adota como premissas básicas a ética e a moral, porque se constituem pilares obrigatoriamente presentes na formação do sujeito, de forma a lhes proporcionar instrumentos de enfrentamento das tempestades, nas lides de cada dia, que irão se concretizar em futuras bonanças.

No quadro brasileiro que todos assistem há um clamor e desejo nacional por desenvolvimento, dignidade e harmonia social, de forma que às tempestades de valores vivenciadas nos últimos tempos tenham por sucessora a esperança, na visão de um novo dia, e no enfrentamento de todas as mazelas através da construção de novos tempos!

Em adendo a todas estas considerações, são lembradas aqui por oportunas as palavras recentes da Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, atual Presidente do Supremo Tribunal Federal, no seu discurso de posse: “O Brasil é cada um e todos nós, o Brasil que queremos que seja pátria mãe gentil para todos e não somente para alguns”. Reflita-se, pois!

 

 

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