CURTAS E PICANTES (66)

E agora, como será?

A condenação de Lula jogou um balde de água fria na militância do PT, que nutria a esperança de que Lula não seria condenado porque não existem provas documentais de que o tríplex seria dele. Porém, os juízes o condenaram devido às evidências dos fatos. O Brasil parou para ouvir a sentença de Lula e a imprensa mundial comentou. O jornal francês “Le Monde Diplomatique” se referiu a Lula como “pai dos pobres” e “figura mítica da política brasileira”. O diário ressaltou o impacto que a condenação terá nas eleições de 2018, uma vez que a condenação “pode balançar a campanha presidencial em uma situação inédita”.

Eventual candidatura

Por ter sido condenado por unanimidade pela segunda instância, uma eventual candidatura de Lula à presidência, na eleição de outubro, pode ser impedida com base na Lei da Ficha Limpa, que considera inelegíveis aqueles que tenham sido condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado. No entanto, há uma brecha na lei que permite solicitar uma liminar (decisão provisória), o que garantiria o registro da candidatura. No entanto, a tendência é que o favoritismo de Lula decline agora, por isso, o PT deve acenar com uma nova candidatura. Sem dúvida que Jacques Wagner é um nome forte.

O que ocorre agora

Com a decisão, a defesa de Lula pode recorrer e apresentar embargos de declaração, um recurso em que a defesa pede esclarecimentos sobre algum ponto da decisão, mas, não muda a sentença. Esses embargos são apresentados ao relator do caso, João Pedro Gebran Neto, e julgados pelos três integrantes da 8ª Turma. O cumprimento da pena de Lula só poderá ser feito depois de esgotados todos os recursos em segunda instância, no caso os embargos declaratórios. Mesmo que Lula registre a candidatura e vá para o segundo turno, os seus votos podem não ser computados. Porém, a candidatura serve para ampliar as bancadas petistas no congresso e ajudar as candidaturas nos estados.

Como será na Bahia?

A candidatura de Lula perdendo força, os estados também serão prejudicados. No caso da Bahia, a hipótese de Jacques Wagner vir a substituir Lula, mesmo com pouca chance de ganhar a eleição, mas, sem dúvida, pode reforçar a candidatura de Rui Costa, que foi criado por Wagner e tem o governo hoje bem avaliado. Acontece que uma candidatura de centro deverá ganhar força e isso vai ajudar ACM Neto, que terá o apoio da máquina do governo federal. Um fato é certo: a eleição na Bahia será uma guerra das mais duras de todos os tempos. Vai ser disputada palmo a palmo.

Como ficará Teixeira?

A pauta das discussões de quem as lideranças políticas irão apoiar ganhará as ruas. Os três principais líderes de Teixeira, que são Temóteo Brito, João Bosco e Uldurico Pinto, deverão ficar com Rui Costa, do outro lado, Caio Checon e Marta Helena ficarão com ACM Neto. O deputado federal Uldurico Junior está entre a cruz e a espada, ele tem tendência a apoiar Neto por causa do seu partido, o PV, que apoia ACM Neto. De qualquer forma, se confirmar ficarem no mesmo palanque os apoiadores de Rui Costa, a situação não será confortável pra ninguém. Mas, como a política é arte do possível, vamos ver o que vai dar esse balaio de gatos.

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