O ensino superior no Extremo Sul da Bahia se inicia, em Teixeira de Freitas, em 1981, através da Superintendência do Ensino Superior do Estado da Bahia (Seseb) e do Centro de Educação Técnica da Bahia (CETEBA), quando era ainda um povoado, tendo como coordenadora a professora Marli Néri da Silva.
“Em 1981, tivemos duas turmas intensivas: Licenciatura Curta em Técnicas Comerciais e Técnicas Agrícolas. Em 1982 ingressaram mais duas turmas nos mesmos cursos. Em junho de 1983, foi criada a Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Nesse mesmo ano, foram implantados os cursos de extensão como núcleo da Faculdade de Alagoinhas Licenciatura Curta em Letras e Estudos Sociais, cujos cursos tiveram mais duas turmas iniciadas em 1985”, conta a professora Josinéa Amparo Rocha Cristal, coordenadora do Colegiado de Letras – Língua Portuguesa e Literaturas e egressa da turma de 1982 e 1990/Uneb.
Neste ano, a Uneb passou, então, a integrar as faculdades de Salvador, Juazeiro, Caetité, Santo Antônio de Jesus, Jacobina e Alagoinhas. Ainda em 1990, teve início a primeira turma em Letras Licenciatura Plena, cujo vestibular foi realizado através da Faculdade de Educação de Alagoinhas, que depois foi integrada à Faculdade de Educação de Teixeira de Freitas (FETF).
Em 1991, os alunos oriundos das turmas da Licenciatura Curta em Letras retornaram para fazer a complementação da licenciatura plena. Nesse mesmo ano, aconteceu o primeiro vestibular em Letras, na Faculdade de Educação de Teixeira de Freitas, criada pelo Decreto Governamental nº 34.370, de 11 de fevereiro de 1987, publicado no Diário Oficial de 12 de fevereiro do mesmo ano. Assim, a FETF passou a ser o Centro de Educação Superior de Teixeira de Freitas (CESTEF), por força da Lei n 6.364 de 16 de janeiro de 1992.
A prof.ª Me. Josinéa relata que, quando houve a reestruturação das universidades estaduais da Bahia, por força de uma lei de setembro de 1997 e em consonância com o Decreto CONSAD nº 7.223 de 20/01/1988, o Centro de Ensino Superior recebeu a denominação de Departamento de Educação – Campus X, e, com isso, foram criados os colegiados.
“O Extremo Sul da Bahia, norte do Espírito Santo, nordeste de Minas Gerais e, atualmente, em diversas regiões do país, têm recebido nossos egressos, principalmente, nas escolas públicas e particulares. Vários atuam em faculdades, universidades, bem como em outras áreas, como no jornalismo”, explica a coordenadora.
O campus X já teve duas turmas de Letras provenientes dos programas especiais: Programa Nacional da Reforma Agrária (Pronera/MEC) e Plataforma Freire (Parfor/MEC). Ainda foram ofertados os cursos de pós-graduação Lato Sensu: dois em Linguística (1998, 2016) e três em Literatura Brasileira (2001, 2006, 2016). Esse ano, foi implantado o curso de pós-graduação Stricto Sensu acadêmico e há o desejo de, futuramente, oferecer o profissional.
O Colegiado de Letras da Uneb/campus X conta, hoje, com 23 professores: dois pós-doutores; dois pós-doutorandos; 10 doutores; três doutorandos; seis mestres. Destes, 16 são da área específica (língua e literatura) e sete são os que atuam no eixo interdisciplinar e da prática pedagógica.
“É importante destacar que 13 desses professores são egressos. Esse ano, depois de um trabalho coletivo, foi implantado o primeiro mestrado acadêmico do Campus X com a formação da primeira turma. Futuramente, pensamos em implantar, também, o mestrado profissional”, salienta Josinéa.
A professora pontua, também, outros aspectos relativos ao curso de Letras, “como os projetos desenvolvidos com os discentes de Iniciação Científica (IC), ou seja os projetos de pesquisa concernentes aos estudos realizados pelos docentes. Ainda nos reportamos aos projetos de extensão que objetivam contemplar a comunidade acadêmica e externa. Além desses, temos o Pibid, cuja finalidade é incentivar os alunos para Iniciação à Docência, bem como as monitorias de ensino. Assim como a Residência Pedagógica, que visa elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação básica”, explica.
Famoso em toda região pela qualidade do ensino, o curso sempre alcançou o conceito A nos processos avaliativos anteriores e no Enade está com a nota 4.0, sempre entre aqueles que têm tradição construída há mais de 50 anos no país.
Estão articulados ao Colegiado de Letras: a pós-graduação Lato Sensu; o Grupo interdisciplinar de estudo e pesquisa; o Colóquio dos Egressos; o Colóquio de Literatura Baiana; o Festival de Literatura e Cultura (Felic); o Seminário de Linguística e Ensino de Língua Portuguesa (SELELP); o Seminário de Literatura e Ensino (Sele). Alguns dos estudos realizados resultam em livros, como muitos já lançados.
“Os cursos de Letras Português e Inglês têm cumprido a sua função social de devolver para a sociedade profissionais com formação de qualidade. Destacamos ainda o nosso Informativo Varal de Letras que tem contribuído para a divulgação de nossas atividades acadêmicas. Em dezembro de 2020, iniciamos essa comemoração que, agora, estamos encerrando. Fomos debutante nos 15 anos; chegamos à maturidade nos 25 com as “Bodas de Prata”. Chegamos às “Bodas de Pérola”, portanto, 30 anos de muitas lutas, resistências e conquistas. A nossa eterna gratidão a todos: aos diretores, aos professores, ao corpo administrativo, aos egressos, aos discentes, a toda comunidade teixeirense e região.