“Ficaria o Senhor satisfeito com milhares de carneiros, com dez mil
ribeiros de azeite? Devo oferecer o meu filho mais velho por causa da
minha transgressão, o fruto do meu corpo por causa do meu próprio
pecado?” (Miqueias 6.7)
Quem é o nosso Deus? Seria Ele alguém necessitado de nossos serviços ou elogios? Ficaria Ele aguardando nossos dias de culto para assentar-se no trono celestial e orgulhosamente saborear as milhares de liturgias dedicadas a Ele, feitas em Seu nome? Será que fica aguardando o domingo para ouvir as milhares de músicas que cantamos e dar atenção às milhares de orações que lhe dirigimos, especialmente aquelas cheias de palavras elogiosas e expressões de agradecimento? Às vezes parece que acreditamos nisso. Afinal, não fazemos do culto o centro de nossa espiritualidade? Não é ele a estrela de nossa fé?
Não se indigne com estas questões que levanto. Apenas me parecem necessárias para que avaliemos o significado de como exercitamos nossa fé. Pois a verdade é que Deus não precisa de nossos elogios. A adoração não lhe dá vida! Ela dá vida a quem adora, a mim e a você. Deus é Deus, é pleno e de nada tem falta. A verdade é que nossos cultos têm mais a ver conosco. Nós é que precisamos dele, e não Deus! Nossos cultos são muito mais para nos atender do que a Ele.
Por isso devem servir ao propósito de nos esclarecer sobre Deus, sobre nós mesmos e sobre a vida. Devem nos ajudar a crer de maneira mais cristã e menos religiosa. Devem contribuir para que possamos adorar a Deus quando não estamos reunidos para o culto.
Afinal, a adoração a Deus acontece por meio de nossas vidas, pela maneira como vivemos nossa fé no dia-dia. Jamais será fruto de uma liturgia! O culto é minha vida vivida em temor a Deus, orientada pelo amor a Ele e ao próximo. Os ídolos é que são adorados em cerimônias. Os anti deuses é que recebem oferendas. O Deus de nosso Senhor Jesus Cristo chama-nos à comunhão e torna-nos participantes do que Ele faz de quem Ele é e de como Ele pensa. Adorar é viver nos movimentando ao ritmo de Deus, na direção divina. E, se entender isso lhe faz pensar que não precisamos mais nos reunir como igreja para o culto, é porque ainda continuamos sem entender quem somos, quem Deus é e o que é o culto cristão!
ucs