“Quando me senti seguro, disse: ‘Jamais serei abalado!’ Senhor, com o teu favor, deste-me firmeza e estabilidade; mas, quando escondeste a tua face, fiquei aterrorizado. A ti, Senhor, clamei, ao Senhor pedi misericórdia” (Salmos 30.6-8)
Quando tudo vai bem, quando o vento sopra a nosso favor, corremos o risco de cair numa grande ilusão. Não me refiro à ideia de que as coisas não mudarão, de que tudo continuará a nos favorecer, embora alguns se iludam assim. Refiro-me a algo mais grave: pensar que tudo está assim porque somos demais, porque sabemos como fazer as coisas, porque somos realmente bons e merecedores. Eis um lugar que devemos evitar, uma ideia que devemos combater em nós mesmo.
Quando achamos que temos o controle da situação podemos perder de vista a misericórdia de Deus. Podemos nos tornar atrevidos como Pedro, que resolveu aconselhar Jesus para que não fosse a Jerusalém enfrentar a cruz. “Para trás de mim satanás! Você não entende nada das coisas de Deus” (Mt 16.23) foi o que Jesus lhe disse. Quando nos tornamos prepotentes, olhamos para vida do nosso próprio jeito, sem a ajuda de Deus. Nos iludimos, nos equivocamos. Presunção é tudo de bom para o Maligno.
O salmista “entrou nessa”, mas Deus foi bondoso e “escondeu” dele Sua face, em outras palavras, o deixou sozinho por um pouco. Foi o bastante. Ele viu que estava enganado sobre si e sobre a vida. Então o Senhor mais uma vez foi misericordioso e a vida voltou ao eixo. Devemos ter cuidado com nosso ego. Ele promete o que não é capaz de cumprir. Somos fruto da misericórdia de Deus e seremos sábios diante da vida se não perdermos isto de vista.