Credores são devedores

“Sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes.Por isso estou disposto a pregar o evangelho também a vocês que estão em Roma.” (Romanos 1.14-15)

A vida cristã promove diversas mudanças nas perspectivas de nossa vida. Por causa do que recebemos de Deus e de Sua natureza, da qual somos chamados a nos tornar participantes por meio de Cristo, a lógica da vida percorre caminhos diferentes. Paulo, por exemplo, declara-se “devedor” a todos e pronto a cumprir seu dever levando a todos o que ele recebeu– o Evangelho de Cristo. O amor de Deus resgata algo que perdemos: a percepção da conexão indispensável e necessária entre nós, seres humanos.

“Não devo nada a ninguém”, é como justificamos nosso direito de fazer o que queremos, pois a vida “é minha e ninguém tem nada a ver com isso”. Sabemos que isso é um exagero. Não somos assim independentes, suficientes. Ao contrário, somos dependentes e frágeis. Paulo se via como devedor alguém que tinha algo que não poderia pertencer-lhe explusivamente. Em lugar de “não devo nada a ninguém”, dizia “de voa todo mundo”. E estava disposto a ir até Roma para pagar a alguns de seus credores. O que recebeu de Deus não era somente seu. Era de todos.

Assim como Deus nos faz participantes de Seu amor, graça, bondade, perdão, misericórdia. Como cristãos é nosso dever tornar outros participantes do que recebemos de Deus. Assim como Deus nos inclui, devemos incluir outros. Por causa de Deus estamos irremediavelmente ligados a todos os demais seres humanos e somos devedores a todos. Pois ser credor das imerecidas dádivas de Deus e ser devedor das mesmas ao nosso semelhante. Estranho não? Não. Divino.

 

 

 

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