A pandemia do novo coronavírus trouxe uma preocupação a mais para algumas mulheres: a violência doméstica e familiar.
Segundo a ONU, mulheres sinalizam para uma maior vulnerabilidade em decorrência do aumento das tensões dentro de casa nesse período de isolamento social, com as famílias passando mais tempo juntas.
No Brasil, durante esse período, aumentaram denúncias relacionadas à violência doméstica e, o mesmo aconteceu no município de Porto Seguro. Embora os atendimentos presenciais (tanto na DEAM quanto no CRAM), diminuíram, houve aumento no número de denúncias, oriundas do disque 180 ou disque 100.
Apesar do maior volume de denúncias, o aumento da violência doméstica escapa das estatísticas dos órgãos de segurança pública.
A razão é que, isolada do convívio social, a vítima fica refém do agressor e impedida de fazer um boletim de ocorrência na delegacia. Pensando nisso, o CRAM de Porto Seguro não fechou suas portas em nenhum momento durante a pandemia.
Trabalhando em jornada de 6h, os funcionários estão presentes para garantir o atendimento e outras necessidades relacionadas a situação de violência doméstica.
“Conflitos e agressões que já ocorriam podem se intensificar, mas apesar dos riscos, a mulher precisa pedir ajuda”, diz a coordenadora do Cram em Porto Seguro, Andrea Comenale, acrescentando que denunciar é a melhor opção.
Retomada gradual
Embora os atendimentos presenciais tenham sido mantidos seguindo os protocolos de segurança e saúde, para a retomada da normalização dos serviços, o Cram iniciou a campanha digital “Você não está sozinha”, em mídias sociais locais.
Além disso, permaneceu o atendimento via telefone (psicossocial e jurídico) para prestar orientações e escuta às mulheres que necessitem.
Visitas domiciliares em caráter de urgência e atendimento presencial podem acontecer, seguindo os protocolos de segurança determinados nos decretos municipais; o agendamento de atendimento deve ser feito a cada 1h30, para que não haja aglomeração e possibilite a higienização adequada do local, bem como, doação de máscaras em tecido para as assistidas. Outra iniciativa, é a retomada do grupo de mulheres, inicialmente, via whatsapp.
A secretária de Assistência Social, Luciana Parracho, destaca que “as equipes do Cram e de toda a pasta de Assistência Social, além da rede de proteção, estão empenhadas na prevenção e proteção às mulheres em situação de vulnerabilidade”, explica, acrescentando que não irão se cansar e nem parar as políticas públicas para este apoio.