Covid-19: tratamento com cloroquina é desencorajado por especialistas nos EUA

Um grupo de especialistas americanos, patrocinado por institutos nacionais de saúde, desaconselhou formalmente os médicos de aplicar aos pacientes de covid-19 o tratamento que combina hidroxicloroquina e azitromicina, devido aos riscos que pode acarretar ao coração.

“Exceto no contexto de ensaios clínicos, o painel (…) recomenda não utilizar os seguintes medicamentos para o tratamento da covid-19: a combinação de hidroxicloroquina e azitromicina, devido a potenciais toxicidades”, alertou o grupo nas diretrizes clínicas publicadas na terça-feira, que também desencoraja a medicação contra o HIV lopinavir/ritonavir.

O painel reúne dezenas de representantes dos institutos nacionais de saúde, organizações profissionais de médicos, universidades, centros hospitalares e agências federais. E formula diretrizes para atender pacientes com o novo coronavírus com base em estudos realizados até o momento.

“Atualmente, nenhum medicamento se demonstrou seguro e eficaz para tratar a covid-19”, afirmou o grupo.

Em relação à administração de apenas hidroxicloroquina, sem o antibiótico azitromicina, o painel explica que não há estudos rigorosos para decidir.

“Se a cloroquina ou a hidroxicloroquina forem usadas, os médicos devem monitorar a aparição de efeitos colaterais no paciente”, especialmente aqueles relacionados ao ritmo cardíaco, comuns a estes medicamentos contra a malária, advertiram.

A hidroxicloroquina é fornecida em um tratamento combinado com a azitromicina em muitos hospitais do mundo, e essa mistura é especialmente promovida pelo médico francês Didier Raoult.

Este cientista critica aqueles que solicitam estudos mais rigorosos – que estão em andamento – para saber se essa mistura realmente permitiu que muitos de seus pacientes superassem a covid-19.

O presidente dos EUA, Donald Trump, inicialmente também se referiu a esse tratamento combinado como um “presente dos céus”, mas recentemente — em meio a controvérsias e com médicos relatando alguns resultados preocupantes — não voltou a falar da cloroquina.

Fonte: Da AFP, em Washington

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