Covid-19: medidas mais duras são contestadas por teixeirenses

Covid-19: medidas mais duras são contestadas por teixeirenses
Centro deve fechar a partir das 17 horas de hoje. Fotos: João Alcides/OSollo

Nesta quinta-feira, 25 de fevereiro, o governo da Bahia anunciou medidas ainda mais rígidas no enfrentamento à pandemia de covid-19. O novo decreto, já editado e que deve ser publicado nesta sexta (26), amplia o toque de recolher e impõe novas restrições.

A atitude do governo é justificada como resposta aos elevados indicativos da doença pelo estado. O boletim mais recente, divulgado nesta quinta, registrou 100 óbitos em 24 horas – número mais alto da pandemia, após 24 de agosto, quando foram 77.

Situação no estado

O total de mortes pela covid-19 chega a 11.488 no estado. Os casos confirmados totalizam 669.821 (4.917 novos), sendo que o número de ativos (confirmados, subtraindo óbitos e recuperados) é de 19.047.

Os números demonstram o crescimento de casos graves, o que tem ampliado a taxa de ocupação nas UTIs. Cidades do Extremo Sul, por exemplo, apresentam mais da metade dos leitos de UTI ocupados, como é o caso de Porto Seguro (83%), Eunápolis (80%) e Teixeira de Freitas (60%). Em algumas cidades, houve dias de estar em 100% a taxa de ocupação em leitos da rede privada.

Covid-19: medidas mais duras são contestadas por teixeirenses
Setor de bebidas acredita que será muito afetado

População

Pelas ruas de Teixeira de Freitas, as opiniões se dividem. Embora muitos defendam as restrições, há quem questione. É o caso de comerciantes como o Kleverson, proprietário de uma cervejaria.

Para ele, a situação é complicada. “A gente depende da venda, precisa honrar nossos compromissos e achei meio radical, sendo no fim de semana o maior percentual de vendas“, disse.

Rosiene Leal, proprietária de bar, também questionou a situação. “Está péssimo, porque não podemos vender nem para levar para casa. É quando temos maior renda, o fim de semana“, comentou.

No mesmo estabelecimento, um cidadão que não quis se identificar apontou como “restritivo demais”. “Na virada do ano e no carnaval, não fizeram nada. Como a economia vai girar? Quem é autônomo e a população no geral vai sofrer muito“, disse.

Dono de um estabelecimento situado dentro de um shopping da cidade, o cabeleireiro Hebert Ribeiro disse que o movimento já vem caindo há algum tempo. “Se fechar o shopping cedo, deixamos de receber quem sai do trabalho e vem frequentar. Todo tipo de salão tem maior movimento na sexta e no sábado. Tanto a gente como outros setores ficam prejudicados“.

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Capitão Juliano Klauss, subcomandante da 87ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM)

O que diz a Polícia Militar

O capitão Juliano Klauss, subcomandante da 87ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), responsável pelo policiamento ostensivo em Teixeira de Freitas, respondeu sobre o apoio da corporação na fiscalização, mas, destacou que não poderia comentar sobre o decreto que entraria em vigor. Ele comentou sobre o que estabeleceu toque de recolher.

Ainda em vigor, está o decreto que prevê a não circulação noturna, após as 20 horas. A companhia aguarda o novo decreto com os novos horários para fechamento de estabelecimentos, que já deve ser publicado nesta sexta“, explica.

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