Com tantas contas para pagar no começo de ano, o bolso dos brasileiros terá um alívio. A conta de luz de janeiro virá com a bandeira verde, ou seja, sem a cobrança de taxa extra para os consumidores. Em dezembro, vigorou a bandeira vermelha 1 (ou bandeira rosa), com taxa de R$ 3 a cada 100 kWh.
A definição da bandeira tarifária para o mês que vem foi divulgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na sexta-feira (29).
A última vez em que a conta de luz dos brasileiros veio sem a cobrança extra foi em junho, portanto há seis meses.
O acionamento da bandeira verde indica condições favoráveis de geração hidrelétrica no Sistema Interligado Nacional, segundo a Aneel. Mesmo assim, a agência afirma que é importante manter as ações relacionadas ao uso consciente e combate ao desperdício de energia elétrica.
Pouca chuva, conta mais cara
Quando há pouca chuva, o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas cai, o que diminui a produção de energia. Para compensar essa queda, o governo manda acionar usinas termelétricas, a carvão, que são mais caras. Foi o que aconteceu no país desde 2013.
Foi criado, então, o sistema de bandeiras tarifárias, uma cobrança extra na conta de luz para bancar esses custos maiores na produção de energia, que passaram a valer a partir de janeiro de 2015.
Em 2016, a situação melhorou: choveu mais e o volume dos reservatórios das hidrelétricas subiu. Além disso, o consumo das famílias e indústrias caiu, e novas usinas começaram a funcionar.
Este ano, porém, as chuvas diminuíram e governo voltou a acionar a bandeira tarifária vermelha na conta de luz dos brasileiros.
Por isso, a bandeira foi sendo alterada ao longo do tempo:
- Dezembro/16: bandeira verde, sem cobrança adicional
- Março/17: bandeira amarela, com taxa de R$ 2 a cada 100 kWh
- Abril/17: bandeira vermelha 1, com taxa de R$ 3 a cada 100 kWh
- Junho/17: bandeira verde, sem cobrança extra
- Julho/17: bandeira amarela, com taxa de R$ 2 a cada 100 kWh
- Agosto/17: bandeira vermelha 1, com taxa de R$ 3 a cada 100 kWh
- Setembro/17: bandeira amarela, com taxa de R$ 2 a cada 100 kWh
- Outubro/17: bandeira vermelha 2, com taxa de R$ 3,50 a cada 100 kWh
- Novembro/17: bandeira vermelha 2, com taxa de R$ 5 a cada 100 kWh
- Dezembro/17: bandeira vermelha 1, com taxa de R$ 3 a cada 100 kWh
A Aneel pede que os consumidores façam o uso eficiente de energia elétrica e combatam os desperdícios.
Nova metodologia e valores
Em outubro, a Aneel decidiu mudar a metodologia das bandeiras tarifárias. A principal alteração foi em relação aos valores, que passaram a valer a partir de novembro.
A taxa extra da bandeira vermelha nível 2 subiu de R$ 3,50 para R$ 5 a cada 100 kWh consumidos e a bandeira amarela caiu de R$ 2 para R$ 1 a cada 100 kWh. A bandeira vermelha nível 1 permaneceu com cobrança extra de R$ 3.
Além dos novos valores, a agência alterou as regras que ditam qual bandeira será adotada em cada mês. Até então, a definição era feita com base na previsão do custo da termelétrica mais cara acionada para atender à demanda.
Com as novas regras, passa a ser avaliado também o nível de produção das hidrelétricas –com mais chances de acionamento das bandeiras se houver o chamado deficit hídrico (conhecido pelo jargão “GSF”), quando as usinas hidrelétricas geram abaixo de suas garantias, que é o montante de energia que elas podem vender no mercado.