Consciência, humildade e crescimento

“Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos que desconheço!” (Salmos 19.12)

Já ouviu falar em Janela Johari? Trata-se de uma ferramenta conceitual, criada por Joseph Luft e Harrington Ingham em 1955, com o objetivo de auxiliar no entendimento da comunicação interpessoal e nos relacionamentos dentro de um grupo. Ela aponta para um aspecto chave: o auto-conhecimento. A ferramenta é representada pela figura de uma janela com quatro quadrantes, cada um deles aludindo a um aspecto do auto-conhecimento. Simplificando, poderíamos considerar da seguinte forma os quadrantes: o que eu sei e os outros também sabem sobre mim; o que eu sei mas os outros não sabem sobre mim; o que os outros sabem mas eu não sei sobre mim; o que nem eu nem os outros sabem sobre mim. O que essa ferramenta afirma, entre outras coisas, é que nenhum de nós sabe tudo sobre si e há coisas que só saberemos com auxilio externo. Deus é aquele que tudo sabe sobre todos nós. E o salmista, diante disso, pede ajuda para superar a cegueira a respeito de si mesmo.

Seu pedido é um pedido importante também para nós. Jamais seremos pessoas maduras e saudáveis se pensarmos que nada temos a aprender sobre nós mesmos e nada temos a superar. E precisaremos de toda ajuda disponível. Sobretudo, precisaremos da ajuda de Deus! O fato de sermos falhos e não completamente conscientes do quanto e de onde estão nossas falhas, não pode ser ignorado por nós. E deve nos fazer pessoas mais humildes. Pessoas que julguem menos e condenem menos. Normalmente a dureza com quem julgamos e condenamos, seja quem for, está relacionada à ilusão que carregamos de que somos melhores do que realmente somos. À cegueira a respeito do quanto também somos falhos. A Janela Johari já seria bastante para revermos essa atitude, mas temos a Palavra de Deus nos dizendo isso há muito mais tempo. Muito antes de 1955 quanto Joseph e Harrington criaram a ferramenta.

Quem pode discernir os próprios erros? Perguntou o salmista! É muito difícil. É mais fácil ver o erro do outro, perceber a falha do outro. Embora difícil, não é impossível! Como é bom ter amigos que, quando necessário, nos dizem coisas difíceis de serem ouvidas, mas que são imprescindíveis para nossa cura e desenvolvimento. Deus nos ama e também nos mostra o que está oculto a respeito de nós mesmos e que precisamos reconhecer. Ele pode nos perdoar de erros que nos são ocultos. Mas precisamos de humildade para recebermos ajuda. Tanto a que vem dos nossos amigos, como a que vem de Deus. Porém, se a dureza dominar nosso coração, poderemos ter sérios problemas. Veja o que diz a Bíblia: “Quem insiste no erro depois de muita repreensão, será destruído, sem aviso e irremediavelmente.” (Pv 29.1) Que não seja o nosso caso. Sob a luz do Espírito Santo e a atitude amorosa de seus irmãos e amigos, veja a si mesmo com mais clareza. E seja mais santo!

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