Conquista: MP denuncia PMs por homicídio de garoto de 9 anos desaparecido

Pedido foi protocolado nesta terça-feira (21), no Fórum João Mangabeira.

Promotor pede que PMs respondam por homicídio e ocultação de cadáver.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) protocolou na justiça, nesta terça-feira (21), uma denúncia contra os seis soldados da Polícia Militar suspeitos de envolvimento nosumiço do garoto Maicon, de 9 anos, que desapareceu em dezembro de 2012 no município de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia.

De acordo com as informações do órgão, o promotor Carlos Robinson solicitou que três dos policiais sejam indiciados pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver e outros três PMs sejam indiciados por ocutação de cadáver. O processo será encaminhado à Vara do Juri, que poderá decidir pela prisão preventiva dos suspeitos.

Os seis soldados da Polícia Militar já haviam sido indiciados pelo sumiço do garoto Maicon, no dia 15 de maio, pela Polícia Civil. O documento foi encaminhado pelo delegado Neuberto Costa, que investiga o caso, ao Ministério Público.

Desaparecimento

Maicon desapareceu quando brincava com outras crianças em um matagal. Os policiais estariam perseguindo um grupo de adolescentes supostamente envolvidos com drogas no momento do sumiço.

De acordo com a Polícia Civil, assim como na denúincia do MP, três PMs foram indiciados por homicídio e ocultação de cadáver e outros três pelo crime de ocultação de cadáver. EM nota, a polícia informou que os soldados integram duas guarnições “que, em 4 de dezembro do ano passado, estiveram no Condomínio Vila Sul, e atiraram num grupo de garotos, que retornava de uma lagoa próxima”.

Segundo o laudo da reconstituição do desaparecimento, os únicos tiros disparados durante o episódio partiram dos policiais militares. A polícia afirma que os seis PMs informaram que foram até o local atender uma denúncia de agressão a um adolescente, que teria sido agredido por traficantes. Após avistarem um grupo caminhando e, por suspeitarem tratar-se de criminosos, dispararam as armas, informou a Polícia Civil.

O delegado Neuberto Costa disse que as pessoas que estavam com o garoto Maicon foram impedidas pelos soldados de voltarem ao matagal para procuraremo menino. Segundo Costa, a proibição foi feita também aos moradores da região, “que só tiveram acesso ao local uma hora depois”.

A Polícia Militar informou que um processo administrativo foi instaurado pela Corregedoria para apurar o caso.

Exame e reconstituição

No dia 8 de maio, o delegado Neuberto Costa informou que a mancha de sangue encontrada no matagal em que desapareceu o garoto Maicon, pertencia ao menino. No dia 7, o Departamento de Polícia Técnica de Vitória da Conquista recebeu o laudo da reconstituição do desaparecimento do menino, realizado no dia 19 de fevereiro.

O momento do desaparecimento foi refeito por peritos do Departamento de Polícia Técnica de Salvador, e envolveu parentes de Maicon e as crianças que estavam com o menino no dia do desaparecimento. O delegado Neuberto Costa, e o promotor Carlos Robson Leão, da Vara do Júri, acompanharam o procedimento.

O avô de Maicon foi o primeiro a entrar no local, que foi isolado por policiais. Ele mostrou aos peritos onde foi encontrada a mancha de sangue. Policiais militares que também estiveram no local no dia do desaparecimento de Maicon foram ouvidos.

Investigação

Um menino de 12 anos, que estava com o garoto na última vez em que ele foi visto, contou uma versão de como tudo aconteceu. “Teve uma hora que nós olhamos para trás e não vimos ele, foi a hora que começamos a correr e a polícia começou a atirar. Teve uma hora que passou pelo policial e ele mandou abaixar”, disse.

Já são quase cinco meses desde o dia do desaparecimento. A família está angustiada e aguarda por uma resposta do que aconteceu com o menino.

“Tem que desvendar esse mistério, eu quero uma resposta, como ele está, onde está, onde ele estiver nós queremos uma resposta”, conta Eunice Lima, avó de Maicon.

“É muita dor, muita tristeza, sinto falta de meu filho, peço para quem viu ele, quem estiver com ele, que possa trazê-lo de volta”, disse Osana Batista, mãe do garoto.

 

 

Fonte: G1

 

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