Conquista: Interdição de centro de cultura deixa artistas sem espaço para eventos

Situação ocorre há dois anos.

Além da falta de dinheiro, a desorganização atrapalha a reabertura do local.

Artistas e produtores culturais de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado, estão preocupados com a falta de local adequado para eventos e apresentações no município, que é o terceiro maior da Bahia. O principal espaço da cidade, o Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, que tem um teatro e uma concha acústica, foi interditado há dois anos. Além da falta de dinheiro, a desorganização atrapalha a reabertura. Apenas um banheiro já foi refeito nove vezes.

“Todo mês a gente recebe proposta e não tem onde fazer. É um prejuízo incalculável”, disse o produtor Paulo Macena. Já para a companhia Operakata de Teatro, que está sem lugar para os ensaios semanais, um novo espaço dentro de casa precisou ser improvisado. Um investimento de R$ 35 mil que não estava no orçamento. “Representa o processo de retrocesso de quebra de desenvolvimento humano e cultural”, disse a atriz Kétia Damasceno.

A última reforma realizada no Centro de Cultura foi em 1996. Teto e piso do teatro ainda devem ser reformados. Toda a rede de segurança deve ser revisada e as 380 cadeiras também serão trocadas por novas poltronas.

Os mais de trinta itens para reforma que foram listados pelo Corpo de Bombeiros e pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do estado, o Crea, ainda devem ser cumpridos. Essa terceira e última parte da reforma deve custar R$ 550 mil, mas ainda não tem prazo para ser iniciada.

Os banheiros do foyer, camarins e concha acústica foram concluídos. Uma rampa foi colocada para dar acesso ao palco externo, algumas barras e um corrimão foram instalados. “Para você ter ideia, só um banheiro do Centro de Cultura a gente precisou fazer nove vezes e a empresa resolveu vim de Salvador para Vitória da Conquista, com os funcionários dela da capital, para conseguir executar a obra aqui”, revela Daniel Nunes, coordenador do Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima.

Por meio de nota, a secretaria de Cultura do Estado da Bahia informou que o projeto de segurança e combate a incêndio foi entregue para a prefeitura e para o Corpo de Bombeiros. A Secult informou ainda que as obras no anfiteatro e nas salas de ensaio, que são as áreas externas do centro de cultura, devem ser concluídas em setembro, e esses espaços devem ser reativados em outubro. Porém, apenas a área externa volta a funcionar ainda este ano.

“Você imagina que para cada dez, quinze eventos que acontecem no teatro, acontecem na Concha, então não resolve nada”, reclama Paulo Macena. O corpo de bombeiros informou que o projeto tem algumas pendências na parte de combate a incêndio, como sistema de hidrantes e extintores. A prefeitura informou que o trabalho de reforma está sendo avaliado.

 

 

 

 

G1, com informações da TV Bahia

 

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