Amigos e parentes fizeram uma caminhada para lembrar data nesta sexta.Criança brincava com amigos quando ocorreu uma perseguição policial.
Parentes e vizinhos do menino de nove anos que desapareceu há um mês em Vitória da Conquista, na região sudoeste, fizeram um protesto para lembrar a data nesta sexta-feira, 4, no condomínio Vila Bonita, onde ele mora. Ele sumiu no dia 4 de dezembro após tiroteio entre a polícia e grupo de jovens. Usando camisas com a foto do garoto, o grupo cobrou justiça.
Antes de sumir, Maicon brincava com outras crianças, quando ocorreu uma perseguição policial contra um grupo envolvido com drogas, que acabou em uma troca de tiros. Na confusão, Maicon foi a única criança que não retornou. Os policiais militares envolvidos já prestaram depoimentos à polícia, mas, até o momento, o caso não foi esclarecido. A apuração é conduzida pelo Ministério Público da Bahia e pela Polícia Civil.
As pessoas que tiverem alguma pista do paradeiro do menino devem entrar em contato com os bombeiros através do telefone (77) 3425-6605.
Investigação
Um menino de 12 anos, que estava com o garoto na última vez em que ele foi visto, contou uma versão de como tudo aconteceu. “Teve uma hora que nós olhamos para trás e não vimos ele, foi a hora que começamos a correr e a polícia começou a atirar. Teve uma hora que passou pelo policial e ele mandou abaixar”, disse. “É muita dor, muita tristeza, sinto falta de meu filho, peço para quem viu ele, quem estiver com ele, que possa trazê-lo de volta”, disse Osana Batista, mãe do garoto.
Desaparecimento
Segundo testemunhas, o garoto brincava com outras crianças em um matagal próximo ao Condomínio Vila Bonita, onde mora, quando um grupo de adolescentes chegou. Em seguida, a polícia apareceu e trocou tiros com o grupo de adolescentes, que seriam suspeitos de tráfico de drogas, de acordo com a PM.
As testemunhas informaram ainda que as crianças correram para se proteger dos tiros. Na confusão, o menino de nove anos se perdeu dos amigos e desapareceu. Não foi permitido que voluntários fizessem as buscas logo depois do desaparecimento porque já estava escuro, informou a polícia, mas bombeiros iniciaram a procura ainda na terça-feira. A família do garoto está preocupada com a criança porque uma mancha de sangue foi encontrada perto do matagal.
O pai do menino desconfia que o sangue seja do filho, que pode ter sido baleado por engano. “Eu gostaria de coletar o meu sangue para fazer o exame de DNA para saber se é do meu filho”, disse Geraldo Braga. “A gente não consegue dormir direito só de pensar onde é que ele está, com quem ele está, se está com fome, se está com frio. É difícil para todos nós”, afirmou Eunice Lima, avó da criança desaparecida.
Fonte: G1