Corpo de Bombeiros deve retomar buscas na manhã de terça-feira, 10. Pais alegam que a marca de sangue encontrada no local não foi periciada.
O Corpo de Bombeiros encerrou às 18h desta segunda-feira, 10, as buscas pelo garoto de nove anos que sumiu há seis dias em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. A criança estava no local onde ocorreu troca de tiros entre policiais e um grupo de adolescentes, em um matagal. O menino brincava com outros amigos.
De acordo com o subtenente Jean Queiroz, as buscas pela criança serão retomadas às 8h de terça-feira, 11. “Hoje à tarde fizemos incursão com cão farejador em toda a área. O cão seguiu todos os rastros nos locais que a criança percorreu. A gente fez todas as varreduras possíveis: na lagoa, no mato, em torno do condomínio. Reviramos tudo. Amanhã vamos ver dentro de um outro raio para tentar achar a criança”, relatou.
Uma equipe do Grupo de Busca e Salvamento com Cães (Bresc) da corporação chegou de Jequié nesta segunda-feira e realiza as buscas com três policiais e dois cães farejadores. As pessoas que tiverem alguma pista do paradeiro do menino devem entrar em contato com os bombeiros através do telefone (77) 3425-6605.
Protesto
Na manhã desta segunda-feira, 10, familiares e amigos da criança fizeram protesto nas ruas de Vitória da Conquista, pedindo para que o caso seja investigado. De acordo com os parentes, foi encontrada uma mancha de sangue no local onde o garoto desapareceu, mas a polícia não foi ao local para recolher uma amostra e o sangue desapareceu dias depois. “Desde aquele dia lá [terça-feira] não apareceu nada, ninguém pra fazer o exame para que possa ter certeza logo”, disse o pai do menino, Geraldo Braga.
“No momento do fato, a polícia não deixou nenhum dos moradores para entrar e procurar a criança” disse Raimundo Aurélio, vizinho do garoto. Já a PM rebateu a crítica e disse que “a partir do momento que chega a Polícia Militar ou os bombeiros, é importante isolar a áreas. E quando se trata de um local como um matagal é mais difícil ainda porque as pessoas somem no local”, explicou a subcomandante da 77ª Companhia da Polícia Militar, capitã Paula Fagundes.
Investigação
Uma sindicância vai apurar o envolvimento de policiais no desaparecimento do garoto. De acordo com a família, o sumiço ocorreu na terça-feira, 4, após tiroteio envolvendo adolescentes e a polícia. “Quando há denúncia, temos que apurar todo direcionamento. Temos interesse em elucidar a situação”, afirmou a capitã Paula, que está à frente do comando.
Um menino de 12 anos, que estava com o garoto na última vez em que ele foi visto, contou uma versão de como tudo aconteceu. “Teve uma hora que nós olhamos para trás e não vimos ele, foi a hora que começamos a correr e a polícia começou a atirar. Teve uma hora que passou pelo policial e ele mandou abaixar”, contou.
A Polícia Civil diz que já identificou os suspeitos que trocaram tiros com a PM, gerando a confusão que resultou no sumiço da criança, mas até esta segunda-feira (10) eles não foram ouvidos na delegacia. “Já foram alguns identificados, já estamos à procura deles. Nós precisamos ouvi-los para esclarecer o que aconteceu naquele momento”, comentou Odilson Pereira, coordenador de Polícia Civil da região.
“É muita dor, muita tristeza, sinto falta de meu filho, peço para quem viu ele, quem estiver com ele, que possa trazê-lo de volta”, apela Osana Batista, mãe do garoto. O caso foi encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) e um promotor público foi encaminhado para acompanhar o as investigações.
Fonte: G1/BA