“Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz.” (João 13.14-15)
Uma conclusão óbvia: se o maior entre nós é um servo com todas as letras, se Ele não se apega ao poder, mas tendo todo poder, ama completamente e toma a bacia e a toalha para lavar os pés dos seus discípulos, então a jornada a que nos convida é a jornada em que amar e servir são valores inegociáveis. Temos muito a aprender. Amar e servir ocupam pouco espaço em nossa agenda. Somos treinados em nossas escolas e universidades a sermos bons competidores. Na verdade, o melhor que pudermos! Somos treinados para sermos pessoas famintas por conquistas, por ganhos e por poder. A sociedade que formamos simplesmente não funciona na base do amor e serviço, mas do lucro e da exploração.
Infelizmente até igrejas, ansiosas por sucesso, aberta ou sutilmente, tem aplicado o modelo humano, os princípios do reino dos homens. E funciona! É possível construir um atraente empreendimento religioso que nos dá status e notoriedade, satisfazendo os mesmos anseios que o sucesso empresarial satisfaz. Mas não se trata do Corpo de Cristo. Cada igreja deve julgar a si mesma nesta questão. Mas deve estar claro para todos nós que Jesus nos chama a amar e servir. Não porque isso faz com que tudo dê certo, tudo aconteça como queremos, mas porque isso é o certo para a vida. O que dá certo aos nossos olhos pode muito bem ser um grande fracasso aos olhos de Cristo.
Jesus é Senhor e Mestre, mas não dá ordens. Ele deu exemplo. Até ao liderar ele não usa somente sua autoridade, mas demonstra aos discípulos o caráter que tem. Não é estranho que líderes cristãos tão intensa e facilmente evoquem sua autoridade e pretendam que aqueles que lideram submetam-se sem questionamento? Há muito para ser reconsiderado entre nós. Somos herdeiros de uma fé, mas devemos nos perguntar se não nos perdemos dela em algum ponto da história. Nosso Senhor e Mestre é o mesmo, ontem, hoje e sempre. Que não aceitemos falsificações, ainda que nos pareçam lógicas ou usem as Escrituras como base. Que conheçamos aquele que lavou os nossos pés e lhe imitemos o caráter!