Com a Bahiatursa, CVC lançará pacote para incentivar visitas durante o Dois de Julho

O anúncio foi feito durante o Fórum Agenda Bahia, onde Guilherme Paulus palestrou sobre as principais oportunidades da indústria do turismo no Brasil

Com a Bahiatursa, CVC lançará pacote para incentivar visitas durante o Dois de Julho
Para Guilherme Paullus, Salvador pode recuperar espaço com a Copa
Em um projeto conjunto com a Bahiatursa, a CVC, maior operadora de turismo da América Latina, lançará, em fevereiro do ano que vem, um novo pacote turístico para incentivar o turismo em Salvador no meio do ano, período em que os hotéis da cidade têm tido baixa ocupação.

O foco do novo pacote será a tradicional festa do Dois de Julho, o Dia da Independência do Brasil na Bahia. “Lançaremos um pacote de oito dias e sete noites e outro de cinco dias e quatro noites”, contou, ontem, o sócio-fundador e presidente do Conselho de Administração da CVC, Guilherme Paulus.

O anúncio foi feito durante o Fórum Agenda Bahia, no auditório de eventos da Arena Fonte Nova, onde Paulus palestrou sobre as principais oportunidades da indústria do turismo no Brasil.

Paulus, que é soteropolitano, contou que a ideia é atrair turistas para a comemoração da independência, combatendo a ideia de que no meio do ano só há chuva na capital baiana. “Todo mundo sabe que aqui chove. Que chove, chove, mas não tem só chuva. A gente vai focar no Dois de Julho e fazer uma ação para realmente atrair o turista para a região nesse período”, adiantou.

Em julho deste ano, a cidade teve uma ocupação média abaixo da esperada pelo trade: 59,91% dos leitos ocupados, semelhante à taxa de julho de 2012, mas muito menor do que a do mesmo mês de 2001, por exemplo, quando a ocupação chegava a 80%. Mesmo com o aumento do número de leitos na cidade, o que relativiza a queda, a ocupação foi considerada “decepcionante” por representantes da hotelaria.

Negócio

Em sua palestra no Agenda Bahia, o empresário da CVC, que também preside a GJP Hotéis & Resorts – administradora do Sheraton Hotel da Bahia, no Campo Grande – exaltou as características positivas de Salvador e da Bahia, como as belas praias, mas reconheceu a necessidade de melhorar para receber os turistas.

Uma das principais críticas foi ao Centro de Convenções, localizado no Stiep. Segundo ele, o centro hoje já está defasado. “Há 15 anos, os grandes eventos que eram realizados nos Centros de Convenções da Bahia lotavam os hotéis da região. Hoje, isso já não acontece”, ilustrou.

A informação foi rebatida pelo secretário do Turismo do estado, Domingos Leonelli. “Sabemos que temos que realizar melhorias no Centro de Convenções, mas já temos eventos marcados ali até 2018. Até 2015, é difícil conseguir um dia livre na agenda do Centro”, contestou Leonelli.

Em tom otimista, Paulus, da CVC, ressaltou na palestra que acredita nos eventos esportivos, como a Copa do Mundo do ano que vem, como uma boa possibilidade para Salvador recuperar espaço no mercado turístico. “Podemos aprender com os bons exemplos da Olimpíada de Sidney, na Austrália, e em Barcelona, na Espanha”, disse. Além de melhorias de infraestrutura e forte promoção turística, essas cidades conseguiram receitas milionárias com os eventos. Sidney obteve receita de US$ 765 milhões e Barcelona, de US$ 1,6 bilhão.

Obras em atraso esquentam debate

Uma crítica à demora do poder público para executar obras com recursos empenhados pelo Ministério do Turismo esquentou o debate, da tarde de ontem, no Fórum Agenda Bahia. O secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo do Ministério do Turismo (MTur), Fábio Mota, afirmou que apesar do empenho de recursos que somam R$ 300 milhões desde 2008, muitas obras não andam. “Estamos falando de obras que começaram em 2009 e até hoje se arrastam. Se tivessem sido feitas, estaríamos hoje com outro nível de turismo”, disse.

Com a Bahiatursa, CVC lançará pacote para incentivar visitas durante o Dois de Julho
Patrícia Nobre, editora-chefe da TV Bahia, no debate com Paullus, Bellintani, Leonelli e Fábio Motta

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como exemplos, Mota citou a reforma da Feira de São Joaquim, a construção de um palco no Pelourinho. Domingos Leonelli, secretário do Turismo do estado, rebateu: “Ele falou em R$ 300 milhões, mas esqueceu de dizer que várias obras foram finalizadas com R$ 270 milhões destes”. Guilherme Bellintani, secretário do Turismo do município, afirmou que as obras fazem falta à cidade. “Mas não foram recursos empenhados à prefeitura”, defendeu-se.

Guilherme Paulus, da CVC, destacou que Salvador tem uma forte vocação para o turismo, mas reconheceu que há muito a melhorar. “É preciso voltar a ter atrações no Pelourinho, melhorar as praias, combater a violência”, enumerou.

O debate contou com a moderação da editora-chefe de Núcleo da TV Bahia, Patrícia Nobre.

Domingos Leonelli: ‘Qualificação é um dos maiores legados da Copa’

Para o secretário de Turismo do estado, Domingos Leonelli, a qualificação de pessoal é um dos maiores legados que a Copa do Mundo vai deixar na Bahia. “A qualificação serve para a Copa, para depois da Copa e para depois de depois da Copa”, defendeu em conversa com os jornalistas, antes de sua apresentação no Agenda Bahia.

Durante sua fala, Leonelli fez questão de frisar que, de 2007 para cá, foram qualificadas 14 mil pessoas no estado. “O principal capital turístico é o capital humano. Temos que atender bem ao turista, para garantir o boca a boca, que hoje é feito pela internet”, disse. O secretário também destacou a atração de novos voos para o estado como importante para o fomento do turismo na Bahia. “O turista que vem por via aérea é o que mais interessa para a gente, porque é o turista que ganha mais e gasta mais”, explicou.

A partir de abril de 2014, a Bahia passará a ter 33 voos internacionais, para oito destinos. Atualmente, são 17 voos para cinco destinos. Apesar disso, dos 11 milhões de turistas que o estado recebe por ano, 5,2 milhões são da Bahia. “São os próprios baianos conhecendo outros destinos dentro do estado. Essa parcela é importante e não pode ser desconsiderada”, disse o secretário.

 

 

Fonte: Victor Longo/Correio

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