Um jovem baiano, que aos 17 anos tem 2,18 metros de altura, teve que abandonar a escola por sofrer bullying e para dar continuidade ao tratamento de uma doença diagnosticada no cérebro que provoca o crescimento dele. Rodrigo Santos Motta, mora no município de Ipiaú, sudoeste do estado, e sonha em ser policial. Ao G1, o jovem contou que tem dificuldades para encontrar sapatos, já que calça 56, e roupas adequadas e até evita sair de casa por vergonha do tamanho dele.
“A maior dificuldade é para comprar roupa, já que nenhuma serve. Também fica difícil dormir, porque não tenho sono e também porque não tem cama do meu tamanho”, destacou o jovem, que dorme no chão.
Prima de Rodrigo, Thaís Cerqueira conta que um médico detectou um problema no cérebro, mas que o especialista ainda não disse se ele sofre de gigantismo.
Rodrigo vivia com os pais na zona rural do município de Ibirapitanga, no sul do estado, mas teve de ir para Ipiaú morar com a avó por causa do tratamento. Ele abandonou os estudos há mais de um mês, no oitavo ano do Ensino Fundamental.
“Ele abandou a escola para fazer o tratamento aqui em Ipiaú e também por causa do bullying. Colocaram vários apelidos nele e ele não se sente uma pessoa normal. Ele precisa fazer um exame com um neurologista para saber de fato que doença tem. Ainda não foi constatado gigantismo, mas o médico disse, após ele ter feito tomografia na cabeça, que a doença é grave e que ele poder dormir e não acordar mais”, disse a prima do rapaz.
As constantes brincadeiras de que era alvo na escola também contribuíram para que Rodrigo abandonasse os estudos. “Na escola, falavam que não gostavam de mim”, conta. Ele afirma, no entanto, que pretende voltar a estudar e realizar o sonho de ser policial.
A prima, Thaís, diz que o rapaz precisa de uma cama e de roupas novas, mas que os pais não têm condições de comprar. O jovem tem outros dois irmãos, mas apenas ele sofre com problema de altura.
“A mãe está na zona rural. Ela tem mais dois filhos, sendo um deles pequeno e precisa ficar lá cuidando dele. O pai passou por cirurgia recentemente e também precisa de cuidados. É uma família carente, que passa por uma condição apertada. Ele precisa também de sapatos, sandálias, cestas básicas. Sapato nenhum serve para ele”, destacou.
Fonte: G1 Bahia