Coluna Jurídica: Eu queria ser civilizado como os animais

Coluna Jurídica: Eu queria ser civilizado como os animaisEsse pequeno trecho de uma antiga música de Roberto Carlos, deveria ser o hino de muitos seres humanos. Algumas coisas são difíceis outras são impossíveis de chegar ao meu nível de compreensão, por mais que eu tente. Uma delas é a violência e maus tratos contra animais. A violência contra alguns tipos de seres humanos, eu até compreendo. Não apóio, mas compreendo. Violência e maus tratos contra animais, para mim é algo insano.

Creio que tudo remontaa nossa velha história de formação do mundo e do poder do homem sobre os animais. Das diversas fases por que passou a evolução religiosa do homem ocidental: do teocentrismo exarcebado ao antropocentrismo delirante, os animais sempre exerceram função secundária na historiografia ocidental, servindo como simples simbologia. O Homem sempre esteve em grau de superioridade em relação aos animais. Por isso talvez, nossa imensa dificuldade em lidar com princípios ecológicos, pois Todo o mundo foi feito para que nós seres humanos, o usufruísse, o explorasse, o dominasse. Não fomos preparados para o CONvívio. O CoMviver, o viver junto, ainda é estranho a muitos de nós.

Ainda acredito que cabe aos pais a maior responsabilidade e missão de criar seres humanos melhores. Seres humanos que respeitem a individualidade de cada animal, e que se insira no mundo, como uma espécie a mais. Talvez a única dotada de inteligência; do latim intellectus], de intelligere = inteligir, entender, compreender; e que se ensine a utilizar essa inteligência, esse entendimento, essa compreensão, para uma vida compartilhada com os demais seres.

Assim como amor e carinho se aprende em casa, no colo da mãe. A violência e os maus tratos também são aprendidos no lar e por observação do comportamento dos pais, ou na simples omissão destes. Mas apesar de toda a violência e maus tratos de animais, ainda vivemos num mundo de esperanças. Há uma luz no fim do túnel e ela vem de longe.

Conta a biografia que o filósofo Nietzsche, um dia ao sair de sua casa em Turim viu o cocheiro espancando um cavalo. Chocado com a cena de selvageria, o filósofo correu em socorro do animal. Depois de espantar o cocheiro aos berros, Nietzsche passou os braços em redor do pescoço do cavalo e começou a chorar convulsivamente. O choro durou pouco. Acometido por um violento colapso, o filósofo precisou ser carregado para seu quarto, onde permaneceu desacordado por alguns minutos. Quando voltou a si, não era mais o mesmo – pronunciava frases ininteligíveis, cantarolava, martelava o piano e soltava estranhos ruídos.

Nietzsche enlouqueceu. O mundo continua em busca de cura.

 

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