O mês era agosto de 2020. O desafio era implementar a coleta seletiva em Caravelas. O objetivo, contribuir para minimizar os impactos da atividade humana no meio ambiente.
Em um ano, mais de quinze toneladas deixaram de seguir para lixões, se transformando em produtos reciclados, dinheiro e renda para dezenas de famílias.
Quem desembarca na rodoviária ou passa pelas proximidades da Praça Teófilo Otoni, no centro da cidade, logo vê os coletores de lixo, identificados por cores e por tipo de materiais da coleta seletiva.
O que hoje é um projeto vitrine para muitos municípios, até um ano atrás era apenas uma ideia. Com poucos recursos e muitas dificuldades, a Secretaria de Meio Ambiente elaborou o projeto necessário para a parceria entre a Prefeitura de Caravelas e a Associação de Moradores, Marisqueiros, Pescadores, Extrativistas e Catadores do Distrito de Ponta de Areia (AMMPECPA), única associação de catadores a apresentar proposta para o chamamento público.
Surgia no extremo sul da Bahia a primeira coleta seletiva, implementada por um órgão público, em âmbito municipal, mantendo em pleno funcionamento o recolhimento e a seleção de materiais na Usina de Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos, localizada em Ponta de Areia.
O sucesso do projeto se deve, também à participação dos moradores. Eles têm um papel fundamental, porque já separam o lixo em casa, facilitando o trabalho dos coletores, que passam um dia da semana em Ponta de Areia, Barra e Caravelas, sempre no período da tarde de terça, quarta e quinta-feira, respectivamente.
A Secretária de Meio Ambiente, Edinéia França, principal idealizadora do projeto, comemora os resultados. “Esse primeiro ano é uma imensa vitória. Mais do que qualquer coisa, a coleta seletiva muda o destino tradicional do lixo, diminui os impactos para o meio ambiente, ao passo que eleva o desenvolvimento humano, a educação ambiental e a cultura de nosso povo”, argumentou.
Segundo o Prefeito de Caravelas, “o povo caravelense tem uma elevada consciência ambiental e isso ajudou muito o poder público a implementar e a manter essa grande estrutura em funcionamento. O que se tem hoje é o município como um dos poucos no país com políticas públicas eficazes e eficientes com vista à sustentabilidade ambiental”, destacou.