Informação é a principal ferramenta para diminuir os riscos
A busca por cirurgias plásticas aumenta no inverno, de acordo com informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Embora possa ser considerada uma alternativa rápida, a intervenção cirúrgica está longe de ser a opção mais fácil, especialmente quando se trata de pacientes obesos. “As chances de complicações aumentam em até 18% para este tipo de público”, alerta o cirurgião plástico e professor do curso de Medicina da Pitágoras Eunápolis, Rafael Motta.
O especialista explica que é muito importante discutir a situação por completo com o paciente, porque são analisados o seu comportamento, como está sendo a luta contra a obesidade, quais esforços já foram feitos para emagrecer e os desafios que ele ainda terá.
“Lembrando que a lipoaspiração não é uma cirurgia emagrecedora, e sim uma cirurgia para modelar o corpo, que pode reduzir o acúmulo de gordura em certas regiões. Quando paciente está apto para a cirurgia, a gente pode fazer uma lipoaspiração ou outras cirurgias. De uma forma geral, essas cirurgias são as alternativas que dariam maior estímulo para que o paciente continue o emagrecimento.
Rafael Motta avalia que o próprio paciente é principal fator que deve ser avaliado antes de tomar a decisão pela cirurgia. Segundo o médico, é necessário fazer alguns questionamentos: “O paciente tem condição de entender o que é a cirurgia? O paciente está no seu melhor estado emocional, psicológico, familiar e pessoal? O paciente entende como é o pós-operatório, com relação a cicatriz, a evolução e a restrição? Ele consegue ficar em repouso por alguns dias? O paciente consegue ter apoio familiar e dos colegas no pós-operatório?”.
A união de todos esses fatores influencia na conquista ou não dos resultados almejados. Todos eles somados ao fato de o procedimento estar dentro da realidade da expectativa do paciente, ou seja, se a realidade que o médico pode oferecer está dentro da expectativa que o paciente tem em relação ao resultado.
“Esse encontro entre expectativa e realidade é muito importante porque a pior coisa na cirurgia plástica é a frustração. Quando o resultado esperado pelo paciente não é alcançado, por mais exímio, cuidadoso e cauteloso que tenha sido o cirurgião, a chance de o paciente ficar insatisfeito é muito alta”, afirma o professor da Pitágoras.
Contraindicações
A cirurgia plástica não é indicada quando não há entendimento do paciente quanto ao procedimento. Por exemplo se o paciente não tiver compreendido o que é cirurgia plástica e quais esforços ele precisa fazer.
“Outro motivo é quando uma paciente deseja ter filhos em poucos meses ou se está emagrecendo e precisa esperar a estabilidade do peso. Um fator importante também é se o paciente tem alguma doença crônica ou alguma doença em atividade, que precisa de tratamento para ser controlada”, ressalta.