Conseguir uma cirurgia eletiva pelo Sistema Único de Saúde em Itabuna está difícil. O Hospital de Base, único 100% SUS, alega sobrecarga nos 175 leitos de enfermarias e nos nove da UTI, que são prioritários para as urgências e emergências. A dona de casa Irani Ferreira dos Santos precisa fazer a redução das mamas. Ela sente fortes dores na coluna e as assaduras na parte inferior dos seios incomodam muito no verão. Há dois anos, Irani tenta a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital de Base de Itabuna, e chegou a fazer todos os exames, mas o atraso no resultado de um deles a fez perder a vaga.
Irani está começando tudo de novo, mas reconhece que vai ser mais difícil. Como ela, a comerciária Jane Fonseca também precisa tirar uma fístula, próxima à nádega, que incomoda quando se senta, mas no setor de internamento do hospital informaram que as cirurgias eletivas estão suspensas, sem previsão de quando serão retomadas. Informaram ainda que alguns médicos suspenderam o atendimento ambulatorial, porque não vão poder fazer cirurgias. Jane mora em Santa Luzia e, como ela, a maioria dos pacientes também vem de outros municípios.
O secretário municipal de Saúde, Antônio Vieira, nega a suspensão das cirurgias e mostrou a planilha do hospital com o número de procedimentos cirúrgicos realizados durante todo o ano. Só em agosto, foram 47 eletivas e 298 de urgência/emergência, entretanto não há registro em setembro. Vieira diz que a função do hospital é atender os traumas e as urgências e emergências, mas nunca suspendeu as cirurgias eletivas, chegando a realizar 200 por mês, depois que os hospitais da Santa Casa suspenderam o atendimento SUS.
Para aumentar o número de cirurgias eletivas, segundo o secretário, seriam necessários mais 25 leitos e que o Estado absorvesse as despesas. Vieira destaca que o hospital só recebe R$ 1, 5 milhão por mês para manter os 175 leitos de enfermarias e os 9 de UTI, ocupados por pacientes de 125 municípios do sul do Estado.
Fonte: A Tarde Online