Hamilton Farias de Lima, professor universitário.
“Só pode ser feliz um Estado edificado sobre a honestidade”, Aristóteles (384-322 a.C).
O que se pode analisar sobre o status quo da vida político-social brasileira, temática à vista num quadro complexo a desafiar, por vezes, os anseios da sua população e a ordem natural das coisas em relação ao desenvolvimento nacional, com ordem e progresso?
De início, em quais palcos estão atuando os atores políticos e quais os resultados de suas performances, se a tanto se pode assim afirmar, levando-se em conta os resultados alcançados e visíveis da realidade nacional?
Importante é ressaltar, como meio de análise, que grande número de brasileiros tem procurado via redes sociais denunciar rosários e mais rosários de insatisfações que não são menores, nem tampouco muito diferentes, daqueles outras pessoas que foram, em passado recente, às ruas e praças, com reivindicações e ideários assemelhados.
No cenário nacional, os brasileiros têm adotado posições muito claras e, também, expressado desejos, observando negativamente que a ressonância de suas vozes está perdida nos palcos e na indiferença dos atores, talvez por conta de suas (de) formações políticas, incapacidades de ações ou de interesses outros inconfessáveis.
Os projetos, os programas e as iniciativas submetidos às instituições colegiadas, mesmo que de reconhecidos e aceitáveis conteúdos no âmbito da gestão-social, passam a depender em suas tramitações de verdadeiros “balcões de negócios”, assim registrados pela mídia escrita e televisada, em que parte dos atores se conduz muito mais como componentes de circo mambembe ou ópera-bufa, de pouco ou nenhum estilo e de risíveis representações performáticas.
Para o entendimento geral, são mestres no “toma-lá-da-cá”, talvez o maior indicador da inconsciência ética e moral de Suas Excelências, os nobres atores!
Cabe, aqui, um pouco mais de análise e reflexão desse “circo de vivaldinos”, exatamente porque eles não foram colocados ali por obra do acaso. Na democracia representativa brasileira, seus atores são conduzidos às instituições por conta dos eleitores – então é bom refletir sobre cada escolha!
A perfeição humana, o mundo ideal, são elementos construídos no campo da utopia – assim entendida como anseios de vida a se estender coletivamente, com igualdade e harmonia, entre os componentes da comunidade.
Indiferente ou não à total felicidade, como apregoa a utopia, é admissível caminhar na direção de uma sociedade possível, sem maiores fantasias frente ao que se pode realizar, de forma objetiva, mediante a idealização de projetos com qualidade de vida; de instituições políticas e de suas ações baseadas em leis construídas de forma participativa e que possam resultar em procedimentos factíveis na vivência do que se convencionou chamar-se democracia.
É nesse contexto que se pode edificar uma Nação para novos tempos, é o que a análise recomenda àqueles defensores da Ordem e do Progresso!