Apesar de o município de Apuarema (a 353 km de Salvador), no sul do estado, ter obtido a pior avaliação (nota 0,5) no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) ontem, de acordo com o secretário de Educação do Estado da Bahia Osvaldo Barreto, as metas projetadas pelo órgão federal foram superadas pela unidade federativa nos ensinos médio e fundamental.
Em entrevista coletiva na sede da Secretaria, Barreto atribuiu o resultado negativo ao fato de as escolas do município em questão não terem informado os dados de movimento e rendimento para o Censo Escolar 2009. “Esses indicadores representam a metade da nota do Ideb, e a outra parte é obtida com a Prova Brasil. Neste caso, o município teve bom resultado, saltando a nota de 3,77, em 2007, para 4,14, em 2009”, explicou.
Na lista das dez cidades com as piores médias, a Bahia tem outros cinco municípios. São eles: Pedro Alexandre (2,0), Nilo Peçanha (2,1), Manoel Vitorino (2,1), Dario Meira (2,2) e Pilão Arcado (2,2). Segundo o secretário de Educação, essas cidades tiveram seus resultados comprometidos pelo mesmo motivo de Apuarema, além da não aplicação da Prova Brasil, realizada no final do ano passado, quando a maioria das redes municipais já tinha encerrado o ano letivo.
Quanto às metas superadas, Barreto ressaltou que os dados divulgados pelo MEC mostram que, no ensino médio, a Bahia conseguiu ultrapassar a meta prevista de 3,1 para 2009, com desempenho de 3,3, resultado que garante ainda a superação da meta prevista para 2011, que é de 3,2. No ensino fundamental, o resultado conseguido de 3,8 nas séries iniciais (até a 4ª série) superou a meta de 2009 (3,1) e chegou ao previsto para 2013 (3,8). “Este resultado é exitoso. Claro que não estamos satisfeitos.
Queremos melhorar, mas houve um grande avanço”, ressalta o secretário de Educação. Nas séries finais de (de 5ª a 8ª série), a Bahia superou a meta de 3,0 ao conseguir 3,1.
Embora a Bahia não tenha nenhum município incluído na lista das dez melhores notas, três colégios baianos atingiram ou ultrapassaram a projeção do Ideb para 2021. São: Colégio da Polícia Militar Rômulo Galvão, em Ilhéus, que obteve 5,4 com projeção de 4,9; Colégio Estadual Dom Pedro I, em Sebastião Laranjeiras, com 5,2 e projeção de 5,1; e Escola Municipal Ana Lúcia Magalhães, em Lauro de Freitas, que conseguiu 5,4, com projeção de 5,4.
“No ritmo em que o trabalho vem sendo feito, ultrapassaremos muito antes a projeção média nacional estabelecida pelo MEC, que é a nota 6, até 2021”, acrescenta Barreto. Para ele, alguns fatores também devem ser considerados pelo fato de a Bahia aparecer abaixo da média nacional. “Existem algumas distorções históricas, a exemplo da exclusão social e de professores sem graduação, que estão sendo corrigidas por meio de programas da SEC”, expõe.
Osvaldo Barreto garante que os municípios com os menores rendimentos receberão intervenções específicas. “Serão realizados estudos detalhados sobre cada uma das escolas. Os municípios vão receber todo apoio necessário da Secretaria para resolver essas questões”, ratifica.
Repetência
Os resultados divulgados evidenciam, ainda, a necessidade de medidas efetivas para superar os indicadores de repetência escolar. “É um problema histórico no estado, que a Secretaria vem buscando reverter. É preciso caminhar muito. Não podemos conviver com esse problema e por isso temos investido não só para melhorar a qualidade da educação, como para tornar a escola mais ativa e estruturada”, aponta Barreto.
De acordo com a superintendente de Acompanhamento e Avaliação da SEC, Eni Bastos, somente investimentos maciços podem alterar esses indicadores. Ela destaca os trabalhos da Secretaria: “Os avanços são atribuídos à política educacional com a criação de programas de impacto direto nos resultados das escolas”.
A superintendente defende também a realização dos trabalhos de maneira integrada. “Não adianta trabalharmos apenas a rede estadual e as suas escolas sem promovermos articulações com as redes municipais, pois os resultados gerais refletem as políticas desenvolvidas nos 417 municípios que compõem o estado da Bahia”.
O objetivo do Ideb é medir a qualidade do ensino público no país. A taxa é calculada a cada dois anos e leva em consideração as notas da Prova Brasil e os percentuais de reprovação.
Fonte: Leo Barsan / Tribuna da Bahia