Na Bahia, já morei em duas cidades do interior, Porto Seguro e Irecê. Diferente de Salvador, quando morei, tinham escassez de muitas coisas. As ruas eram estreitas e de paralelepípedos, com casinhas simples e coloridas em ambos os lados. As duas cidades eram tranquilas e simples. À noite, as ruas ficavam iluminadas pelas luzes dos postes e das janelas das casas.
Ali nos anos setenta e oitenta, era muito mais fácil respeitar os velhos e cuidar deles para adoçá-los do que numa grande cidade, onde há milhares de ruas, andares, buracos e lugares onde eles são esquecidos, e não se pode utilizar o governo para procurá-los em todos os cantos onde eles ficavam, pois o governo é para cuidar dos jovens, isto o que vi fazendo perícias em Abrigos de idosos em Salvador, onde os administradores ficam com as minguadas aposentadorias dos velhinhos e dão um péssimo serviço.
Na capital confiança não existe. Vivemos num mundo rápido, onde, no hospital, eles fazem o velho morrer até o fim. São contra a morte doce e obrigam a viver enquanto aguentam sofrer.
João Misael Tavares Lantyer