Em março, as árvores dormiam e parecia que nenhuma tempestade poderia despertá-las do seu sono, e com muito calor. Tudo mudou em abril. O céu pesado trovejava ao longe, parecendo não conseguir decidir se derramaria tudo de uma vez só ou não, mas o aguaceiro chegou em grandes ondas de água neste início de mês. Hoje, sob a pálida luz da aurora, a tempestade passou, e tudo na cidade parece mais vivo. O ar úmido e abafado continua. Nossa vida é feita de temporadas, é assim que nós passamos pelas quatro estações do ano, quando o tempo decide se carrega muita chuva ou alivia. Hoje, o mundo da experiência cotidiana parece cada vez mais frágil com as mudanças climáticas, o universo do cotidiano está transfigurado. O Velho Mundo do clima previsível ficou no passado. E no momento em que a claridade pálida de um novo dia começa a despontar, ergui os olhos e parei de escrever.
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