Causadas pela ascensão de correntes de ar quente e úmido na atmosfera, são a forma como a água retorna para a superfície na sua forma líquida. A chuva transforma a cidade. Ela lava a sujeira das calçadas e reflete as luzes da rua em poças de água clara. Tamborila nos telhados e caí em cascatas de calhas e beirais nas ruas. Os que não tem para onde ir buscam abrigos em cantos escuros. De início, a chuva parece levemente revigorante, completamente diferente da assustadora perspectiva de uma imersão total como a que caiu no litoral norte de São Paulo, onde caiu forte, cada pingo atingindo como um pequeno golpe a cidade de São Sebastião e região.
Talvez seja bom que a gente se sinta humilde diante desse mundo misterioso e infinito. Não há alvoroço no céu. Olhando em volta, tanta imensidão, sinto a presença de Deus e vejo a minha insignificância.
Quando amanhece no céu podem existir pássaros, sem memória da chuva da noite, cantam com a mesma alegria de sempre, dispersados que são da agonia das datas, felizes uns com os outros, voando por árvores que amanheceram chovidas, e quando anoite ontra vez, já uma parte do céu se deixa aparecer com o rosto da crescente, cujos raios pálidos e frios brincam nas pedras e nos telhados úmidos, de repente me acode que estou pensando uma tolice. É doce pensar tolices.