Chávez

Surpreendentemente, o presidente Chávez, da Venezuela, voltou ao país. Sem discutir se Chávez é bom presidente, se é autoritário ou não, se a vida na Venezuela melhorou ou não, o fato que não se pode ignorar é que o presidente é amado pelo povo. Ao saber que ele tinha chegado à capital, as pessoas foram para a rua festejar. Querido por sua gente, que torce para que ele se recupere do câncer, Chávez é visto pelos governos neoliberais da América Latina como um falastrão sem valor. Juntos com esses governos, a imprensa eternamente vendida e golpista, reforça essa tese. Em cima disso, pratica-se quase que um intervencionismo no país vizinho. No Brasil, quem comanda essa enxúrdia de mau caratismo é a Veja, que odeia Chávez, sabe-se lá por qual motivo.

Deve doer muito nessa turma o presidente ser tão querido por seu povo.

O Papa e o tempo terrestre

Seminarista católico por 11 anos, esse escriba vem acompanhando com atenção o episódio da renúncia do papa Bento XVI. Acompanhando e lendo os vaticanistas. Aqueles especializados nos meandros e na política da Santa Sé. É transcendental a importância desse gesto de Ratzinger, alegando idade para se afastar, entendendo que é preciso saúde para se exercer o múnus pontifical em sua plenitude. A pergunta maior é se Ratzinger vai influenciar em sua sucessão e que tipo de influência será essa. Um conclave com um papa vivo e sua sombra pairando sobre ele, trará, sim, influência na sucessão: Ratzinger já tem mostrado algumas preferências, inclusive falando em espanhol em uma ocasião em que não havia necessidade em falar nesse idioma. Uma boa dica: o papa, quase sempre, é produto italiano e há tempos, desde João Paulo II, que um italiano não assume a cátedra de São Pedro. Depois do exotismo polonês de Woitila e do teutonismo severo e conservador de Ratzinger, tudo aponta para um papa italiano.

Tudo são especulações, mas há lógica nelas.

A política e a política

Uma coisa terrível que os novos prefeitos estão enfrentando são os, lobistas que, de uma maneira ou de outra, contribuíram nas campanhas. Agora, eles querem o deles e querem muito mais que aplicaram. Os novos prefeitos devem se cuidar, pois se não o fizerem, ficarão como bonecos de engonço, reinando mas não governando. Tais lobistas acabam praticando politíca, a política da titica, da terra arrasada. Não se importam com projetos da administração: querem, acima de qualquer coisa, se locupletar. Um personagem da história em quadrinhos, do saudoso Glauco, era Queromeu, o corrupião corrupto.

São eles.

Decreto de emergência

Esse escriba gosta de matar a cobra e mostrar o pau. Como ouvi e li que o Decreto de Emergência do prefeito João Bosco estava errado, pois não houve qualquer catástrofe natural que o motivasse, saímos em campo para apurar. Pois o fato é que o estado de Emergência foi criado para questões administrativas, já que a gestão abatinada entregou a Prefeitura sem prestar contas e com vários documentos em falta. Sem saber da real situação da Prefeitura, o prefeito João Bosco usou as possibilidades da Lei, que permite a chamada emergência administrativa.

O escriba consultou vários advogados da área e todos confirmaram que a coisa funciona assim.

Quase uma crise

Como tarefa diurna, esse escriba sempre tem a de ler o meu amigo Cézar of the girls. Outro dia,li e gostei da nota que ele postou, contando o caso que envolveu o secretário (grande figura!) Bené Gouveia e o Secretário Primeiro-Ministro Robério Oliveira. Segundo Cézar, Robério teria dado um puxão de orelhas em Bené, avisando que qualquer licença ou demandas do Meio-Ambiente teria que passar pelo crivo dele, Robério. Bené reagiu, dizendo ao secretário que fora chamado com promessa de autonomia. Para Cézar, essa autonomia não existe e quem manda é mesmo o primeiro-ministro.

Segundo o colunista, o que jogou a crise para longe foi a sempre contumaz elegância e a sensatez de Bené.

Quantos resistirão a um puxão de orelhas desse tipo?

Velho Cézar, bem-vindo ao Sollo.

Do fim com poesia

“No auge da tempestade

Há sempre um pássaro para nos tranquilizar.

É a ave desconhecida

Que canta antes de voar.”

(René Char)

 

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