C’est la vie! É a vida!

“Não seja excessivamente justo nem demasiadamente sábio; por que destruir-se a si mesmo? Não seja demasiadamente ímpio e não seja tolo; por que morrer antes do tempo? É bom reter uma coisa e não abrir mão da outra, pois quem teme a Deus evitará ambos os extremos.” (Eclesiastes 7.16-18)

Não somos quem desejamos ser. Somos quem damos conta de ser. Seja com nossos próprios recursos, seja com recursos externos, inclusive os divinos. E, considerando dois extremos, podemos nutrir ideias que nos enrijecem ou ceticismos que nos deixam à deriva. Creio que é disso que Salomão esteja falando. Seu conselho é: “não exija da vida e dos outros uma retidão e uma justiça que você mesmo não é capaz de sustentar e nem abra mão de toda retidão e justiça, pois isso é destrutivo. Seja flexível buscando limites no temor ao Senhor.”

Somos seres cuja vida é, por natureza, necessitada de Deus. Fomos criados assim e o pecado é nosso desvio disso. Na comunhão com Deus é que somos levados a discernir os significados da vida. Mas essa comunhão tornou-se um lugar estranho para nós e a presença de Deus, algo de que nos esquecemos. A vida não cumpre um funcionamento ideal, definitivamente. Mas isso não nos remete ao outro extremo, pois ainda há certa ordem e expectativas possíveis. Isso aplica-se a todos os âmbitos da existência – em especial ao mundo interior de cada um de nós.

Mesmo crendo em Cristo e dispostos a um compromisso real com Ele, precisaremos lidar com fraquezas, atos maus, dureza de coração, ilusões e tantas outras coisas, tanto em nós mesmo como nos outros. Nossos pais não são perfeitos, uma pessoa idosa e abatida pelo tempo ao ponto de parecer angelical, tem também em sua história seus atos de maldade. Seus líderes também são fracos e uma igreja cristã é também palco de cenas anticristãs. C’est la vie – é a vida! Mas Deus se ofereceu a nós. Todos somos parte do problema e devemos nos referendar em Deus. Confiando nele, sejamos maduros. Não percamos a esperança e nem alimentemos ilusões. Afinal, “não há nenhum justo na terra, ninguém que pratique o bem e nunca peque” (Ec 7.20)

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