Ceplac

Ceplac

Em 1752, foram plantadas as primeiras sementes em Ilhéus, e foi a semente do crescimento na região, mas na década de cinquenta foi abalado por sucessivas crises decorrentes do declínio da produção e da instabilidade de preços, parecendo enredo de um filme de terror.

Primeiro, os preços no mercado internacional despencaram por conta da grande oferta do produto em outros países, notadamente os da África. A natureza também não colaborou, mandando poucas chuvas e castigando as plantações com a inclemência do sol. Finalmente, como golpe de misericórdia, um fungo vindo da Amazônia sabe-se lá de que maneira, conhecido por “vassoura de bruxa”, apodreceu os frutos e sepultou de vez as esperanças de produtores descapitalizados.

O resultado não poderia ser mais desastroso: a queda vertiginosa da safra, associada à baixa rentabilidade, atolou fazendeiros em dívidas e desempregou centenas de milhares de trabalhadores, criando condições para a criação da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) de 20 de fevereiro de 1957, com objetivos específicos de restabelecer o equilíbrio financeiro do setor cacaueiro.

Uma das minhas lembranças de infância em Porto Seguro, onde vivi de 1962 a 1966, foi ver na praça filmes da Ceplac para conscientizar a população da sua importância. Marcada no imaginário popular por lendas que retratam o passado de extravagâncias dos ricos e famigerados “coronéis”, imortalizados por Jorge Amado em livros como Terras do Sem Fim e Gabriela, Cravo e Canela, essa área que abrange quase 90 municípios no sul do estado, e que abriga aproximadamente 85% de todo o cacau nacional, atualmente luta para combater a vassoura de bruxa e recuperar o prestígio de tempos.

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