Cartas intransferíveis

“Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém, pois cada um deverá levar a própria carga.” (Gálatas 6.4-5)

Ontem nos foi dito que devemos levar as cargas pesadas uns dos outros. Hoje lemos o apóstolo dizendo que cada um deverá levar a própria carga. Esta aparente contradição é um estilo de escrita que Paulo usa algumas vezes e não se trata, de fato, de uma contradição. Paulo usa duas palavras gregas diferentes e que são traduzidas por “carga”. O texto de ontem referia-se a questões pesadas como lutas, dificuldades e até mesmo momentos de fraqueza espiritual. O de hoje tem outro enfoque.

Em todas as questões de nossa vida há aspectos que são de nossa exclusiva responsabilidade e devemos assumi-la. É este o sentido da segunda palavra usada por Paulo. Se por um lado a vida cristã nos incentiva a partilharmos cargas, também nos manda assumir as responsabilidades que nos cabem e não, empurra-las a outros. Devemos dividir os nossos fardos, mas não devemos nos tornar fardos para ninguém. Não devemos abusar do amor do outro e nem de seu coração sensível, pois se o fizermos responderemos por isso a Deus, a quem o outro deseja honrar enquanto nos serve.

Portanto, cada um examine seus próprios atos pois não poderemos nos justificar. É errado colocar sobre os ombros dos outros as responsabilidades que devem ocupar os nossos. E sob nenhum pretexto devemos, porque o nosso irmão tem mais do que nós temos, agir como se fosse obrigação dele suprir as nossas necessidades. Infelizmente há pessoas, inclusive líderes, que desenvolveram a habilidade de beneficiar-se da bondade dos outros. Mas não é este o espírito cristão. Que Deus nos livre disso. Que sejamos bondosos com os outros e responsáveis conosco mesmos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui