Um grande escritor, Edgar Allan Poe, relata, em um dos seus admiráveis contos, a corrida noturna de um desconhecido pelas ruas de Londres, à medida que se despovoam, com o visível intento de nunca ficar só. “Esse homem”, conclui ele, “é o tipo, é o gênio da alegria; é o homem das multidões.”
O Carnaval leva muita alegria e as multidões. Mas muitos fogem de lugares povoados e de multidões, recolhendo-se em retiros, descansando da companhia dos outros. Entendo que, na solidão ou nas multidões, os dias realmente bons, do primeiro ao último minuto, são bastante raros. Talvez na vida normal de um homem, mesmo nas melhores circunstâncias, houvesse menos de um mês de dias realmente bons. Deus, em Sua infinita sabedoria, parecia muito mais generoso quando distribuía a dor.