Com orgulho temos um ritual, assim como o francês tem pelo vinho. Nós não temos a elegância francesa, mas temos uns “modos” que são nossos. Não consigo começar o dia, sem uma xícara de café. E tenho observado que o mesmo acontece com muita gente. Por quê? Que existe nesta bebida que apesar de comum é extraordinária e indispensável?
O modo de fazer café é tão simples que dá vergonha de não saber: para um litro de água, quatro colheres das de sopa bem cheias de café. Enquanto a água para o café ferve, derrama-se água fervendo no coador e nas xícaras. Quando a água para o café estiver fervendo, joguem- se nela as colheres de café, mexendo sempre sem deixar ferver muito: uma só fervura. Joga-se fora a água que esquentava o coador e as xícaras, derrama-se o café no coador, e do coador nas xícaras.
Então bebe-se: e eis renascido o estímulo para viver; para sentir, para pensar, para calcular, para repousar, para gostar de estar fazendo exatamente o que se está fazendo, bebendo um café bem feito. Esta é a forma tradicional, mas hoje temos filtro de papel. Este jeito é o mais utilizado nas casas hoje em dia.
Cafeteira italiana. A cafeteira italiana surgiu na Itália de uma adaptação do bule e máquina de expresso, o café veio da Etiópia. Mas, o que poucos sabem é que um pastor de cabras africano (com a ajudinha de um monge) foi o grande responsável em descobrir seu uso/consumo. De acordo com a Lenda de Kaldi, registrada em manuscritos do Iêmen no ano de 575 d. C, o pastor Kaldi observou que suas cabras ficavam alegres e cheias de energia depois que mastigavam os frutos de coloração amarelo-avermelhada dos arbustos abundantes dos campos. Lenda ou não, registros históricos indicam que foi nesta época que a exploração de diferentes possibilidades de consumo do café começou a se difundir.
As plantas foram denominadas Kaweh e sua bebida recebeu o nome de Kahwah ou Cahue, que significa “força” em árabe. Registros históricos de 575 d. C indicam o Iêmen (atual Sudoeste da Ásia) como a primeira região a receber as sementes. Desde então, tomar café passou a ser “um rito” que se propagou mundo afora.