Bárbara Martau
Uma reunião realizada entre lideranças indígenas e representantes do Judiciário, da Polícia Militar e da prefeitura de Santa Cruz Cabrália pôs fim, às 12h35min, ao bloqueio da BR 367, em frente à escola indígena de Coroa Vermelha. A manifestação em protesto contra a falta de condições da escola durou cinco horas e provocou uma longa fila de veículos nos dois sentidos da pista. Segundo os manifestantes, os alunos estão sendo obrigados a assistir as aulas sentados no chão porque faltam cadeiras e mesas nas salas.
Durante a reunião, realizada no pátio do colégio, a prefeitura se comprometeu a fornecer as mesas e cadeiras que estão faltando nas salas de aula e dar início às melhorias físicas na escola. “Estamos reivindicando o direito de nossos filhos estudarem. A estrutura física da escola está caindo, corre o risco de o teto desabar a qualquer momento. Temos 800 alunos, trabalhamos nos três turnos e atendemos da pré-escola até o 9º ano. Esses alunos estão sentando no chão porque não tem cadeiras suficientes”, disse a secretária da instituição de ensino, Valdirene.
“Já fizemos diversos documentos, enviados para a Secretaria de Educação, para o Ministério Público, para todos os lugares que poderíamos mandar e nunca fomos atendidos. Passamos os quatro anos do mandato do prefeito Jorge Pontes reivindicando e nada foi feito até agora. Ontem (segunda-feira) os pais vieram até a escola e viram seus filhos sentados no chão, não gostaram e pediram apoio dos funcionários para fazer essa manifestação, porque a situação está feia e corre o risco de a qualquer momento a escola desabar na cabeça dos alunos. Estamos pedindo socorro para ver se alguém nos ouve, porque estamos desesperados e não temos mais a quem recorrer”, acrescentou.
De acordo com Valdirene, representantes da Secretaria de Educação de Santa Cruz Cabrália estiveram na escola na segunda-feira e propuseram a construção de um pavilhão com cinco salas para desocupar as que têm risco de desabamento. “Também prometeram que hoje iriam trazer as cadeiras e até agora não apareceram”, salientou.
Segundo ela, a escola indígena recebe recursos diferenciados para a merenda escolar. Mesmo assim, há constante falta de merenda. Também costuma faltar água, disse ela. Além da falta de cadeiras e mesas, alguns banheiros não têm porta, as janelas das salas de aula e da secretaria estão com vidros quebrados e a estrutura de alguns telhados está comprometida.