*Pedro Ivo Rodrigues/Ériko Raiol
Fortalecer o comércio local e promover geração de emprego e renda são os objetivos do projeto de instalação do Pólo Industrial de Santa Cruz Cabrália, que deverá se tornar uma realidade em breve. De acordo com o secretário de Gestão, Planejamento e Finanças, Marcos Vinícius Gaudard Tavares, o projeto é de fundamental importância para o município, uma vez que a prefeitura é, atualmente, o maior empregador, ultrapassando o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. “O município já emprega 1200 pessoas. Todo órgão público tem limite de gastos com folha de pagamento, sendo que 52% do nosso orçamento podem ter essa destinação”, explicou o secretário, salientando: “Desde que o prefeito Jorge Pontes assumiu, temos uma preocupação muito grande quanto a esses jovens fora do mercado de trabalho, bem como suas famílias”, destacou.
Marcos Vinícius enfatizou que, na região, o emprego está atrelado ao turismo. “São empregos sazonais e informais. As pessoas não são empregadas com vínculo, com carteira de trabalho, e vivem num processo de marginalização quanto aos seus direitos, como férias, 13º salário, etc.”, pontuou.
“Esse projeto é um sonho do prefeito e de toda a sua equipe, consistindo em agregar empresas, gerando aproximadamente 3.000 empregos diretos, que vão alavancar essa questão social em Cabrália e região”, afirmou Tavares, ressaltando que 32 empresas, mais 16 em espera, fazem parte do projeto, com carta de adesão assinada em cartório. “Nós conseguimos uma área de 200 mil metros quadrados, o que será levado à apreciação do Legislativo. Essa área era de um contribuinte que tinha uma dívida com o município e estamos recebendo-a como pagamento”, informou.
Transparência e seriedade
O Banco do Nordeste e a Caixa Econômica Federal estão apoiando o projeto, que se encontra em fase final. “Distribuímos a área em lotes de 1000 metros aos empresários. Já foi feita uma carta de intenção, que é um compromisso das empresas, sendo que o município fará um contrato individual com cada uma, determinando um prazo para que essas atividades tenham início. Não queremos fazer a doação do terreno sem que seja devidamente aproveitado dentro dos fins a que se destina”, explanou Marcos, salientando que a aceitação pelo empresariado foi grande. “Desde o início da elaboração do projeto, eles participaram, em conjunto com a prefeitura, de todas as etapas. Uma parte se adequando às necessidades da outra”, disse, acrescentando: “É um projeto muito centrado na questão da legalidade. Há um tempo houve uma tentativa parecida na região, mas acredito que a coisa não foi conduzida com ética, de forma que os empresários se sentiram achacados, extorquidos. Aqui, o prefeito faz questão que haja transparência e seriedade”, declarou.
Isenção tributária às empresas
Além da geração de emprego e renda para a região, com fortalecimento do comércio, haverá isenção temporária de tributação municipal às empresas participantes. “O projeto, que tramita na Câmara, estabelece um prazo de cinco anos, findo os quais se inicia a arrecadação. No entanto consideramos o desenvolvimento no entorno”, frisou Tavares, ressaltando que o grande problema da região é o desemprego. “Há um provérbio que diz que “o homem só se sente digno quando ele pode prover a sua família”. É triste ver pais de família mendigando, passando fome. Cabrália é uma cidade pobre, em que a prefeitura está sempre no limite prudencial da geração de emprego, em decorrência do fator social”, explicou.
Aproveitamento da mão-de-obra local
No contrato com o município consta que as empresas têm que empregar pelo menos 85% da mão-de-obra local. “Acreditamos que isso até seja do interesse de alguns empresários, já que são de outros estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, etc. Imaginem o custo que seria para eles trazerem mão-de-obra de suas respectivas regiões? Para capacitação dos funcionários, terão apoio da administração do pólo, que terá espaço para o SENAC, SEBRAE e SENAI”, informou.
O pólo terá empresas de áreas diversificadas, a exemplo de fabricação de bicicletas, chocolates e polpas de fruta. Todavia o secretário esclareceu que o projeto deveria ser denominado Pólo Empresarial, já que também contempla empresas do setor de serviços. “Esse nome Pólo Industrial é porque ficou convencionado, mas é muito mais um condomínio de empresas”, finalizou.